Vários cartazes antissemitas foram exibidos na manifestação pelo direito à habitação que se realizou no passado sábado nas ruas do Porto.
Com frases como “Não queremos ser inquilinos de sionistas assassinos», ou, «Nem Haifa nem Boavista, fora o capital sionista”, vários manifestantes empunharam cartazes a lembrar os piores tempos no nazismo, identificando a comunidade judaica como o inimigo que é preciso afastar do mercado imobiliário português.
Num comentário publicado na rede social X, o embaixador de Israel em Portugal reagiu dizendo que “a liberdade de expressão tem de ter alguns limites, e não importa se vêm da direita ou da esquerda. Deixar que cartazes como este sejam exibidos nas ruas de Portugal e ficar em silêncio é deixar o racismo e o ódio vencerem”.
Também na classe política os cartazes provocaram indignação, Francisco Assis, cabeça de lista do PS pelo Porto diz que “uma certa extrema-esquerda imbecil e semi-analfabeta não hesita em promover a retórica antissemita que originou a maior tragédia contemporânea na Europa”. Assis acrescenta que os cartazes “filiam-se na propaganda nazi do senhor Goebbels”. O socialista considera que os cartazes exibidos na manifestação não podem ser ignorados e que “nada diferencia esta gente da extrema-direita que quer promover manifestações anti-islâmicas. São, uns e outros, inimigos da nossa civilização democrática e liberal. É nosso dever combatê-los”, conclui.
Ao i, também Nuno Melo, líder do CDS e número dois da lista do Porto pela AD às eleições de 10 de março, manifestou a sua indignação pelos cartazes que circularam no sábado nas ruas do Porto. Para o líder centrista, estes cartazes são “a demonstração de uma radicalização estúpida trazida para a política portuguesa pelo racismo e pelos extremismos”. Nuno Melo diz que este tipo de cartazes demonstram “os riscos que a democracia corre neste momento, que devem ser combatidos por todos os meios e por políticos moderados”.
No passado sábado várias cidades portuguesas foram palco de manifestações pelo direito à habitação.