O mercado do imobiliário de luxo não está ao alcance de todas as carteiras. E continua a crescer. Para 2024, a Engel & Völkers fala num “cenário dinâmico e uma crescente procura por propriedades exclusivas”, prevendo “uma série de mudanças que se irão refletir nas preferências dos compradores de propriedades de luxo”.
E diz que há algumas tendências chave esperadas para o mercado imobiliário de luxo em Portugal como localização estratégica, espaços de lazer, experiências e bem-estar e integração de tecnologia de ponta.
Mas há outros dados. O mais recente Índice Knight Frank Prime Global Cities refere que o mercado mundial da habitação de luxo continua a crescer, com os preços médios anuais a aumentarem 2,1% nos 46 mercados analisados. É, aliás, a mais elevada taxa de crescimento registada desde o terceiro trimestre de 2022.
“A recuperação dos preços anuais confirma que os mercados imobiliários mundiais estão a mostrar sinais de estabilização, apesar do aumento acentuado das taxas juro no que se refere ao crédito à habitação”, referem os autores do documento. No entanto, enquanto 67% dos mercados registaram aumento dos preços ao longo do ano, apenas 63% registaram um aumento no trimestre, “o que indica alguma incerteza, devido principalmente à possibilidade de novas subidas das taxas de juro”. É preciso lembrar que estes são dados lançados em novembro do ano passado, pelo que, com o abrandamento nas subidas das taxas de juro, o mercado pode melhorar mais.
A cidade de Lisboa surge em 13.º lugar no ranking das cidades mundiais cujo preço regista um crescimento de 3,1% nos 12 meses, de 0,9% a seis meses e 0,7% a 3 meses, e em terceiro lugar quando olhamos para as cidades europeias, antecedida apenas por Madrid (em 5.º lugar) e Estocolmo (em 6.ª posição).
Por essa altura, Francisco Quintela, partner da Quintela + Penalva l Knight Frank referia que “na Europa, Lisboa continua no ranking da liga dos campeões no que toca ao mercado prime, não somente pela crescente qualidade da oferta, ainda que escassa face à procura, mas também pela atratividade que o nosso país tem”, lembrando que as medidas do Governo, no que toca à habitação “geraram um clima de incerteza e irão, certamente, provocar um arrefecimento por parte dos investidores. No entanto o mercado imobiliário, nomeadamente o mercado prime, continuará a ser atrativo e um porto seguro para quem procurar o nosso país como um destino seguro e com características únicas na Europa”