O presidente do PS/Madeira insistiu esta sexta-feira na necessidade de haver eleições regionais antecipadas. Paulo Cafôfo acusa o PSD de fazer “chantagem” e causar “alarme social” ao afirmar que a região “vai parar”.
“Nós não podemos admitir que haja chantagem, que haja medo ou que se queira causar alarme social e pânico nas pessoas com o objetivo claro de beneficiar os partidos que neste momento estão no poder, seja para benefício próprio, seja para continuar a promiscuidade e que haja os favorecimentos que todos nós temos assistido no meio deste megaprocesso”, afirmou Paulo Cafôfo.
“A nossa posição é que é absolutamente necessário, imperativo mesmo, que haja eleições antecipadas e que a região tenha, na sequência das eleições antecipadas, nos respetivos prazos constitucionais, um novo Governo”, disse o presidente do PS regional, depois de uma reunião com o representante da República para a Madeira.
Segundo o socialista, após o encontro com Ireneu Barreto, no Palácio de São Lourenço, no Funchal, não se pode “admitir que se lance para a opinião pública que a Madeira vai parar, que as pessoas não vão ter salários, não vão haver reformas para as pessoas, as obras vão todas parar, está comprometido o PRR e estão comprometidos os fundos comunitários”.
A “Madeira não parará por não ter um Orçamento nem parará por ter um Governo de gestão”, sustentou Paulo Cafôfo, apontando que “a maioria dos madeirenses quer que haja eleições, a maioria dos partidos querem eleições e mesmo dentro do próprio PSD há quem queira eleições, como é o caso do ex-presidente do Governo Regional e do PSD/Madeira, Alberto João Jardim”.
Na quarta-feira, o representante da República começou a ouvir os partidos com assento na Assembleia Legislativa, na sequência da exoneração, na segunda-feira, do presidente do Governo Regional e consequente demissão do executivo, após Miguel Albuquerque (PSD) ter sido constituído arguido no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira.
Depois desta ronda de audiências, o representante tomará a decisão sobre a situação governativa da Madeira, uma vez que o Presidente da República só pode intervir no processo a partir de 24 de março, quando a Assembleia Legislativa cumpre os seis meses de posse legalmente exigidos.