Bruxelas aponta para ‘retoma tardia do crescimento’

Comissão Europeia sublinhou ‘crescimento sólido do emprego’ e ‘elevado nível’ de atividade económica em Portugal, apesar da ligeira revisão em baixa para 2024.

A Comissão Europeia voltou a rever em baixa as suas previsões para a economia europeia. Assim, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido apenas 0,5% no ano passado, abaixo dos 0,6% previstos em novembro, tanto na União Europeia como na Zona Euro.

Além disso, cortou  as previsões de crescimento para 2024 de 1,3% e 1,2% para 0,9% e 0,8%, respetivamente.

No que diz respeito a Portugal, Bruxelas defende que a economia recuperou no último trimestre do ano passado, «impulsionada por uma ligeira melhoria das expectativas económicas e um sólido crescimento do emprego».

Em números, o PIB aumentou 0,8 % (numa base trimestral) no 4.º trimestre de 2023, após uma contração de 0,2 % no trimestre anterior. 

Em termos anuais, o crescimento económico desacelerou de 6,8 % em 2022 para 2,3 % em 2023, números que acompanham as previsões do outono. «A desaceleração foi inicialmente provocada pelo consumo privado e pelo investimento, refletindo o impacto das taxas de juros mais altas», explica Bruxelas.

Ainda em termos anuais, a previsão para o crescimento do PIB é de 1,2 % em 2024 e 1,8% em 2025, valores praticamente inalterados em comparação com as previsões económicas do outono. 

Olhando para a inflação, medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), esta «desacelerou consideravelmente em 2023», caindo de um pico de 10,2% (base anual) no 4.º trimestre de 2022 para 2,4 % (base anual) no 4.º trimestre de 2023.

A comissão liderada por Ursula von der Leyen prevê ainda que a inflação anual medida pelo IHPC caia de 5,3 % em 2023 para 2,3 % em 2024 e 1,9 % em 2025, valores inferiores às previsões do outono para ambos os anos.

Sobre o nosso país, Paolo Gentiloni, comissário europeu da Economia, disse: «É claro que os desafios existem, mas vemos em Portugal um crescimento sólido do emprego e, no quadro geral, […] o facto de a União Europeia ter evitado a recessão é positivo, assim como o facto de alguns países como Portugal continuarem a registar um elevado nível de crescimento».

Em reação a estes resultados, o ainda primeiro-ministro, António Costa, defendeu que os números são «bons sinais de confiança». E acrescentou: «As previsões da Comissão Europeia confirmam que Portugal continuará a crescer acima da média da UE e da zona euro em 2024 e 2025. Mesmo perante um contexto de incerteza externa, o crescimento do emprego e dos salários asseguram a convergência de Portugal».