PSP e GNR em protesto no Aeroporto de Lisboa

Estão a realizar-se protestos nos aeroportos do país, nomeadamente no Porto, Faro, Ponta Delgada e Funchal, para além do porto marítimo de Lisboa.

Cerca de 70 elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão, esta quinta-feira, desde as 6h00, em protesto no Aeroporto de Lisboa, para demonstrar, a quem chega a Portugal, o seu protesto por melhores condições salariais.

Bruno Pereira, porta-voz da plataforma que junta os sindicatos da PSP e GNR e presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia, explica que esta vigília deverá durar até à hora de almoço e que procura chamar a atenção de quem visita o país para os problemas dos agentes policiais portugueses.

O porta-voz, citado pela agência Lusa, refere que: “É muito importante a nossa presença aqui. Por um lado para dar a conhecer os nossos problemas e por outro para manter na ordem do dia o assunto para que o próximo Governo tome decisões”.

A mesma plataforma convocou outras vigílias, para esta quinta-feira, pelos aeroportos do país, nomeadamente no Porto, Faro, Ponta Delgada e Funchal, para além do porto marítimo de Lisboa. Os polícias estão a protestar por um suplemento idêntico ao que foi atribuído à Polícia Judiciária (PJ).

“Esta vigília é simbólica e tem a ver com uma questão essencial para Portugal: O turismo. (…) a segurança não é um dado adquirido. Estamos aqui presentes para projetar e consciencializar as pessoas que nos visitam, que vêm investir em Portugal, as pessoas que querem cá viver. Queremos que vejam a forma como o poder político tratou as forças de segurança”, acrescentou o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia.

Bruno Pereira refere que os polícias e militares da GNR vão continuar a realizar protestos, por aquilo a que defendem ser um “tratamento desigual e discriminatório”, depois de o Governo ter aprovado o suplemento de missão para a PJ.

“Queremos continuar a discutir o que foi feito e o que tem vindo a ser feito contra as polícias que é nada ou muito pouco, do ponto de vista da avaliação da sua condição, equipamentos, uma reestruturação de fundo, criar atratividade de uma função historicamente era reconhecida. Deixa-me triste como o Governo olhou com vistas curtas, com olhar claramente secundário o papel e a essencialidade das forças portuguesas”, reforçou o dirigente sindical.

O porta-voz considera ainda que é positivo que a luta dos polícias esteja a ser debatida entre os candidatos às eleições legislativas de 10 de março. “Debater e discutir segurança interna nunca foi uma temática discutida neste quadro, mesmo que não seja com premência e acuidade que ela tem, fico feliz em ver os assuntos abordados”, disse.

“É demonstrativo que há aqui um virar de página, que a segurança interna seja discutida como discutimos a saúde, a educação e a habitação (…). Ainda com alguma timidez, mas é importante que continuem a discutir”, acrescentou

Relativamente à reunião, que foi convocada pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e que depois acabou por ser desconvocada, sendo que muitos sindicatos afirmaram que não iriam comparecer, Bruno Pereira considera que: “O Governo quis fazer passar a ideia que estão preocupados em discutir com as forças de segurança uma questão que está por resolver há anos e sobre a qual sindicatos e associações apresentaram as suas propostas há mais de um ano. Vão agora convidar os sindicatos, numa altura destas!”.