Miguel Albuquerque anunciou esta segunda-feira que, “quase de certeza”, deverá ser recandidato a líder do PSD Madeira. A revelação foi feita pelo presidente do governo regional da Madeira no final da reunião da comissão política, que deliberou que o PSD Madeira deve convocar um congresso ordinário de imediato e eleições diretas, para 23 de março.
“Face às atuais circunstancias e a crise política entretanto despoletada, é necessário fazer um reforço da legitimidade interna”, acrescentando que “foi deliberado que o PSD/Madeira deve convocar um congresso ordinário de imediato precedido de eleições diretas cumprindo-se os prazos definidos dos estatutos.
Miguel Albuquerque disse ainda que “a atual crise política e o processo de averiguação em curso” deriva de “um conjunto de denúncias falsas desencadeadas pelos adversários políticos”, entre os quais, de acordo com o mesmo, estão alguns elementos do PS/Madeira.
Recorde-se que Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, ficam em liberdade, com termo de identidade e residência (TIR), na sequência da investigação por suspeitas de corrupção na Madeira.
“Não se encontrando indiciada a prática, pelo arguido Custódio Ferreira Correia, pelo arguido José Avelino Farinha e pelo arguido Pedro Miguel Amaro de Bettencort Calado, de um qualquer crime, deverão os mesmos aguardar os ulteriores termos do processo sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência”, pode ler-se no despacho.
O Ministério Público pedia prisão preventiva para o ex-presidente da câmara do Funchal, Pedro Calado, e para os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia. Em causa estavam suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O representante da República na Região Autónoma da Madeira, Ireneu Barreto, anunciou, este sábado, que o governo de gestão se vai manter em funções, até o chefe de Estado decidir se dissolve a Assembleia Legislativa, o que só poderá ocorrer depois de 24 de março. “Esta é a minha solução. É boa, é má, só o futuro o dirá”, disse.