“A Europa estava em perigo e hoje está cada vez mais em perigo”, diz Josep Borrell

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) diz que o consórcio europeu precisa de “um Pentágono”.

Josep Borrell, alto representante da União Europeia (UE) para a Política de Segurança, reconheceu, esta terça-feira, que a “Europa está cada vez mais em perigo” e defendeu a criação de uma verdadeira indústria da defesa europeia, como “um Pentágono” dos 27.

O responsável do consórcio europeu, numa conferência conjunta, onde apresentava um plano para uma “economia de guerra”, juntamente com vice-presidente executiva da Comissão Europeia Margrethe Vestager e o comissário para o Mercado Interno, Thierry Breton, em Bruxelas, admitiu que: “A Europa estava em perigo e hoje a Europa está cada vez mais em perigo”.

Josep Borrell sustentou que a “guerra de agressão russa trouxe um grande sentido de urgência para aumentar as capacidades industriais de defesa” da UE.

“As necessidades são cada vez maiores […], a União Europeia não é uma aliança militar”, explicou, apelando para a necessidade de uma “política de segurança comum”, que começa na capacidade de os países do bloco comunitário conseguirem satisfazer as necessidades próprias de armazenamento de munições e outros equipamentos militares.

O alto representante disse que é necessário abandonar o “modo de emergência” para ajudar simplesmente a Ucrânia a avançar para “uma lógica a médio longo prazo que reforce a prontidão” dos Estados-membros, com as quantidades de munições e equipamentos necessárias.

“Hoje o que nos falta não é capacidade de produção, é financiamento, precisamos de mais. Não há um Pentágono na Europa, não há uma indústria que é alimentada, mas é preciso coordenar e cooperar de maneira a poder fazer com que os Estados-membros reajam” a um contexto geopolítico internacional que caminha no mesmo sentido, explicou Josep Borrell.

A Comissão Europeia apresentou, esta terça-feira, um plano estratégico para a indústria da defesa europeia, de modo a criar uma “economia de guerra” na UE, com um programa de investimento que irá requerer 100 mil milhões de euros.