Política externa da China explicada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros

Com base na não-aliança, na não-confrontação e em não visar terceiros, a China e a Rússia esforçam-se por uma boa vizinhança e amizade duradouras e procuram aprofundar a sua coordenação estratégica abrangente, disse Wang.

Conteúdo patrocinado por Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, promoveu uma conferência de imprensa nesta quinta-feira à margem da segunda sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional. abordando a política externa e as relações exteriores da China.

A China e a Rússia estabeleceram um novo paradigma de relações entre grandes potências, que difere totalmente do modelo obsoleto da guerra fria, disse o ministro.

Com base na não-aliança, na não-confrontação e em não visar terceiros, a China e a Rússia esforçam-se por uma boa vizinhança e amizade duradouras e procuram aprofundar a sua coordenação estratégica abrangente, disse Wang.

O gás natural russo está a abastecer várias residências chinesas, e os automóveis fabricados na China estão a circular nas estradas russas, mostrando plenamente a forte resiliência e as amplas perspectivas da cooperação mutuamente benéfica China-Rússia, observou ele.

“Manter e aprofundar a relação China-Rússia é uma escolha estratégica dos dois lados com base nos interesses fundamentais dos dois povos e também é o que devemos fazer para acompanhar a tendência do mundo”, disse Wang.

No meio de um ambiente internacional complexo e volátil, a China será uma força firme de paz, estabilidade e progresso no mundo, disse o ministro.

Atualmente, o cenário mundial está a passar por profundas mudanças, e a sociedade humana está a enfrentar vários desafios, assinalou Wang.

A China permanecerá firmemente do lado certo da história e do lado do progresso humano, disse Wang.

Dedicada à paz, ao desenvolvimento, à cooperação e ao benefício mútuo, a China irá esforçar-se para salvaguardar a paz e o desenvolvimento do mundo ao buscar o seu próprio desenvolvimento e continuará a dar os maiores contributos para a paz e o desenvolvimento do mundo através do seu próprio desenvolvimento, confirmou ele.

A China adotará uma política de isenção de vistos para Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo num regime experimental, a partir de 14 de março, anunciou o ministro.

“Esperamos que mais países também ofereçam aos cidadãos chineses isenção de vistos e trabalhem connosco para construir redes rápidas para viagens transfronteiriças e para incentivar a pronta retoma de voos internacionais de passageiros”, observou Wang.

Isso tornará mais fácil para os cidadãos chineses viajarem para o exterior e fará com que os amigos estrangeiros se sintam em casa na China, acrescentou ele.

Os Estados Unidos devem ter uma visão objetiva e racional do desenvolvimento da China e combinar as suas palavras com ações para honrar os compromissos sobre as relações China-EUA, observou o ministro.

A coexistência pacífica é a linha de fundo das relações China-EUA, e as consequências de um conflito entre os dois grandes países são inimagináveis, salientou o ministro, acrescentando que a China tomará as medidas que se justifiquem para defender os seus direitos em conformidade com a lei, e responderá a provocações injustificadas com contramedidas imediatas e legítimas no Mar do Sul da China.

O povo chinês viveu e trabalhou no Mar do Sul da China por gerações, e Nanhai Zhudao (ilhas no Mar do Sul da China) estão sob a jurisdição do governo chinês de acordo com a lei. Hoje, o Mar do Sul da China é a rota marítima mais movimentada, segura e livre do mundo, observou Wang.

A experiência mais importante que a China e os países da ASEAN adquiriram na manutenção da paz e da estabilidade no Mar do Sul da China é respeitar os dois princípios seguintes:

“Primeiro, diferenças devem ser adequadamente geridas e resolvidas por meio de diálogo, consulta ou negociação entre os Estados diretamente envolvidos. Segundo, a paz no mar deve ser defendida com trabalho conjunto entre a China e os países da ASEAN”, enfatizou Wang, acrescentando que os princípios também são o princípio central da Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China (DOC) assinada em 2002.

A China e os países da ASEAN devem continuar a implementar a DOC e acelerar a negociação do Código de Conduta no Mar do Sul da China (COC), ressaltou Wang, concluindo:

“Trabalharemos com os países da ASEAN para se empenhar por uma conclusão precoce do COC e garantir que o Mar do Sul da China permaneça um mar de paz e cooperação”.