O poeta Nuno Júdice morreu este domingo, em Lisboa, aos 74 anos. A notícia foi confirmada pela editora Dom Quixote depois de ter sido avançada pela SIC.
“Foi com profundo pesar e sentida consternação que na Leya e principalmente na Dom Quixote tomamos conhecimento da triste notícia do falecimento de Nuno Júdice, hoje, em Lisboa, vítima de doença”, lê-se num comunicado da editora.
“Uma notícia que abalou todos os que trabalharam mais de perto com Nuno Júdice mas, com toda a certeza, todos os seus muitos leitores e admiradores. E que sem dúvida deixa mais pobre a literatura e a poesia portuguesas”, acrescenta a nota da D. Quixote, citada pela agência Lusa.
Nuno Júdice nasceu na Mexilhoeira Grande, em Portimão, em 1949. Foi professor associado da Universidade Nova de Lisboa, instituição onde se doutorou em 1989 com a tese “O espaço do conto no texto medieval”.
Poeta, ensaísta e ficcionista, Nuno Júdice foi, até 2015, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Desempenhou o cargo de diretor da revista literária Tabacaria (1996-2009) e foi comissário para a área da Literatura da representação portuguesa na 49.ª Feira do Livro de Frankfurt.
Foi conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris (1997-2004) e diretor do Instituto Camões na capital francesa.
Organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa94 – Capital Europeia da Cultura, e dirigiu a Revista Colóquio-Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian.
No âmbito literário estreou-se em 1972 com o livro de poesia “A Noção de Poema”. Ao longo da carreira, Nuno Júdice foi distinguido com diversos prémios, entre os quais o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, em 2013, o Prémio Pen Clube, o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus.
Recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, por “Meditação sobre Ruínas”, finalista do Prémio Europeu de Literatura.