Líderes otimistas querem mais regulamentação e ética

A maior prioridade estratégica para os próximos 3-5 anos (35%) é a transformação tecnológica

O mais recente barómetro C-suite da Mazars revela que gestores executivos estão otimistas este ano, que consideram um ano de transformação. No entanto, aponta o estudo da empresa internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, os líderes empresariais querem maior regulamentação e orientações éticas.

De acordo com a análise anual da Mazars, que reúne a opinião de cerca de 800 executivos de 30 países, o otimismo atinge um nível recorde: 89% dos líderes aumentaram as receitas em relação ao ano anterior e 94% têm uma perspetiva positiva para o crescimento esperado em 2024, oito pontos percentuais acima do ano passado.

“Os elevados níveis de otimismo e de confiança renovada entre os nossos inquiridos são um indicador de como as empresas podem progredir este ano”, defende Mark Kennedy, sócio e membro do Conselho Executivo do Grupo Mazars. 

“Neste que poderá ser um ano de recuperação para as empresas, haverá ainda decisões difíceis a tomar, mas podemos observar uma consciência e confiança crescentes nas áreas prioritárias que garantem um crescimento económico sustentável na economia global”, acrescenta Mark Kennedy, citado em comunicado.

Segundo o estudo, os fatores económicos, incluindo a inflação e elevado custo de vida (37%), e os preços da energia (33%) são as principais tendências externas que irão afetar as empresas este ano. A previsão é que o aparecimento de novas tecnologias (33%) tenha um impacto significativo, mas “as empresas estão confiantes de que estão preparadas”. 

O barómetro revela também que na média de todas as atividades empresariais, a percentagem de empresas que aumentou o investimento subiu para 66% (mais 3% que no ano passado) e 44% está “muito confiante” que conseguem gerir as tendências externas (6% acima de 2023).

O inquérito da Mazars aponta ainda que a principal prioridade estratégica definida pelos líderes empresariais é a “transformação através de Tecnologias de Informação (TI) ou de tecnologias emergentes”. Aqui, três quartos dos inquiridos que dizem já usar Inteligência Artificial (IA) generativa na sua organização afirmam “ter preocupações éticas e 95% dizem que são necessárias mais orientações regulamentares”. 

A maior prioridade estratégica para os próximos 3-5 anos (35%) é a transformação tecnológica, mas outro ponto a destacar no barómetro C-suite: Outlook 2024 é o crescendo de importância da expansão internacional, passando de quinto para segundo lugar, a par de estratégias de sustentabilidade e de talento novas ou revistas. 

Os principais destinos apontados para a expansão internacional são a China, a Alemanha e os EUA, com França e Reino Unido a crescer a bom ritmo. O Canadá, juntamente com o Brasil, também está entre os destinos para os quais as empresas pretendem expandir-se em 2024. 53% dos líderes prevê ainda que o crescimento orgânico seja um importante motor de expansão em 2024.

Os líderes demonstram ainda um maior compromisso para com a sustentabilidade, com um número cada vez maior de organizações a relatar o seu impacto e a orçamentar custos específicos para a elaboração de relatórios ESG. Segundo o barómetro, quase três quartos (71%) das organizações produzem um relatório de sustentabilidade, sendo que cada vez mais organizações consideram ter em conta este aspeto no planeamento orçamental (72%). Estes são os valores mais elevados registados até à data no estudo anual da Mazars.