A tomada de posse do novo Governo serviu, mais uma vez, para demonstrar como a esquerda, que tanto ‘aprisiona’ os ideais de Abril, tem tanto de democrática como Nicolás Maduro ou a família Castro. Que o PCP, o BE e o Livre – este ainda mandou um representante – fujam da direita como o Diabo foge da cruz, não é novidade. Mas que Pedro Nuno Santos não tenha um pingo de sentido de Estado é arrepiante, e ao faltar à cerimónia demonstrou como também pensa que partidos como o PSD e o CDS não têm razão de existir.
Outro dado engraçado da curta existência do novo Executivo foi o ataque que sofreu por ter mudado o símbolo da nação em documentos oficiais, ao recuperar a esfera armilar, os escudos, as quinas e os castelos da bandeira nacional. Percebo que o BE deteste tudo o que cheira a nacionalismo do nosso passado de quase 900 anos. Para eles, os Descobrimentos foram uma tragédia, como se tudo se tivesse resumido à escravatura. A história dos reis também devia ser apagada da História, pois aos dias de hoje isso é inconcebível para eles. Percebo que o BE, Livre e PCP tenham apostado tanto na mudança de género de uma forma cega, esquecendo o que se passa em países como a Suécia ou a Holanda, onde as mudanças de sexo passaram a ser só permitidas depois dos 18 anos, atendendo aos altos índices de suicídio de crianças que tinham feito a operação e que se arrependeram na idade adulta.
Percebo que para estes partidos, os imigrantes sejam todos bondosos e o melhor da terra, como contraponto à extrema-direita que acha o contrário. O que não sabia é que Pedro NunoSantos seria capaz de se encostar a uma decisão de falta de cultura democrática ao não comparecer na tomada de posse do novo Governo. Como é possível não se perceber que em democracia existe a alternância e que o ‘povo’ ora escolhe uns, ora escolhe outros? Bem sei que alguns gurus da extrema-esquerda ainda hão de defender que uma pessoa não pode ser igual a um voto, até porque não têm ‘estudos’. Já ouvi essa lenga-lenga em alguns fóruns, pois essa turma gosta tanto de democracia como eu gosto de hip hop, sendo que eu não quero acabar com nenhum género musical.
Agora algumas intrigas governamentais. A ministra da Administração Interna (MAI), entre outros cargos, tinha sido inspetora-geral do IGAI, cargo de onde foi substituída por Anabela Leitão Cabral Ferreira. Diz quem sabe, que Margarida Blasco não ficou muito contente com o comportamento da sua sucessora, que agora é sua subordinada. Como irá decorrer esta coabitação?
Quem também passou pelo MAI foi Fernando Alexandre, que terá sido ‘despedido’ pela ministra de então, Anabela Rodrigues. E aqui, são muitos os sociais-democratas que perguntam como é possível um governante ter sido ‘afastado’ por um governo social-democrata e agora voltar ao poder pela mão precisamente dos sociais-democratas. Já se sabe que na política nada se perde, tudo se aproveita. Nem que sejam guerras antigas…
Por fim, sobre a ministra da Saúde muito se falou quando deixou a presidência do Hospital Santa Maria, coincidindo com o escândalo das gémeas. Como é óbvio, Ana Paula Martins só soube do caso quatro anos depois de ter acontecido. Mas, em Santa Maria, muito se falou, nessa altura, no futuro político de Ana Paula Martins…