Um inquérito realizado pela Deco Proteste, revelou que as mulheres e os jovens, são os grupos mais vulneráveis a problemas de saúde mental, sofrendo mais com ansiedade e stresse.
Este estudo, onde participaram 7576, foi realizado entre setembro e dezembro, em Portugal, Bélgica, Espanha e Itália, e os seus resultados foram divulgados, este domingo, dia em que se assinala o Dia Mundial da Saúde.
Dos 1563 inquiridos, 57% das mulheres acusaram qualquer problema de saúde mental ou emocional, nos três meses anteriores, uma percentagem significativamente inferior em realção aos 35% de homens que partilharam a mesma experiência.
O problema mais reportado pelos inquiridos, a ansiedade, afetou 43% das mulheres, o dobro do registado entre os homens.
As mulheres são também aquelas que sofrem com stress, 35% face a 21% dos homens, e de dificuldade em dormir 35% face a 21%.
Estes problemas de saúde mental, explica o estudo, acabam por afetar mais as faixas etárias mais jovens. 70% das mulheres, entre os 18 e os 34 anos, reportaram algum problema nos últimos três anos, em comparação com 47% dos homens, da mesma faixa etária.
O inquérito indica também que, quanto maior for a idade, menos frequentes vão sendo as queixas de instabilidade emocional constante, que afeta 31% dos jovens.
Os resultados, em contrapartida, referem que ainda perdura um estigma associado à procura de ajuda para problemas de saúde mental, sendo que, entre os inquiridos que relataram algum problema de foro psicológico nos últimos meses, apenas 43% procuraram tratamento.
Da maioria que optou por não seguir para tratamento, 56% dos inquiridos disseram conseguir resolver o problema sozinho, e 18% admitiram não se sentir confortáveis para falar sobre o assunto.
65% dos inquiridos que seguiram para tratamento, 65% fizeram medicação com antidepressivos, ansiolíticos, hipnóticos ou outros e cerca de metade fez psicoterapia, havendo ainda 31% que recorreu a “produtos naturais” e 27% a práticas de relaxamento e meditação.
A psicoterapia é a forma de tratamento, que reúne maior satisfação, sendo que 66% tiveram a primeira consulta em até duas semanas.
O inquérito avaliou os possíveis gatilhos, como o desemprego, a perda de um ente querido, dificuldades financeiras e conflitos familiares ou com o parceiro.
Os resultados demonstram que Portugal foi o único, dos quatro países avaliados, em que a situação não está relacionada a um aumento significativo do volume de queixas e que, com dificuldades ou conforto financeiro, a proporção de inquiridos que referem problemas é semelhante.