A cultura antifascista

A principal tarefa dos novos ministros da Cultura e da Educação é formar jovens antifascistas que considerem que o comunismo é uma forma de democracia…

Num artigo no Observador, Margarida Bentes Penedo afirmou que em Portugal basta ser antifascista para se ser considerado um artista genial. E o mesmo estatuto é concedido a qualquer músico ou escritor igualmente antifascistas. Margarida tem razão, embora o seu tom satírico ignore as últimas descobertas científicas no estudo do cérebro. Com efeito, um estudo feito nos Estados Unidos veio provar a relação entre a criatividade e o antifascismo. A cem voluntários, aos quais foram colocados elétrodos na cabeça ligados a máquinas complicadíssimas, foi-lhes pedido que gritassem durante cinco minutos «Fascismo nunca mais», «25 de Abril sempre» e «Força camarada Vasco». E, depois deles berrarem até ficarem tão vermelhos como a bandeira da União Soviética, as zonas do cérebro ligadas à criatividade começaram a ter uma atividade elétrica tão intensa que uma das máquinas complicadíssimas começou a deitar fumo. De seguida, depois de lançarem uns baldes de água na máquina, foi pedido aos voluntários que gritassem «Perestroika», «Derrubem o Muro de Berlim» e «Olhe que não, olhe que não». Naturalmente, os voluntários não mostraram tanto entusiasmo ao proferir estas palavras de ordem, alguns até adormeceram, e a atividade elétrica nas zonas do cérebro ligadas à criatividade diminuiu drasticamente.

É por isso que em Portugal todos os cantores, artistas, músicos e humoristas, assim como os melhores jornalistas e comentadores, são antifascistas (mas não anticomunistas). E, paralelamente, a minoria de homens e mulheres anticomunistas que tenta criar alguma obra musical, literária ou artística, ou se atreve a dar palpites nos pasquins onde os aceitam, não produz nada de jeito. Esta gentinha, apesar de ser igualmente antifascista, têm a sua área ligada à criatividade num estado próximo da morte cerebral, tal como foi demonstrado no estudo americano.

Eis a principal tarefa dos novos ministros da Cultura e da Educação: formar jovens antifascistas que considerem que o comunismo é uma forma de democracia, quiçá a mais perfeita. E para que isto se torne giro para os jovens, mete-se no saco antifascista o ambientalismo, os direitos dos animais e a ideologia de género – só não lhes tirem os telemóveis!

O ministro da Economia também se deve associar esta revolução cultural porque, por alguma razão ainda não descoberta pela neurociência, a criatividade dos antifascistas não apenas os direciona unicamente para a cultura, como ainda os impede de serem criativos nos negócios. Ou seja, nunca se viu um antifascista a criar uma empresa, a pagar salários e a gerar riqueza. Pelo contrário, o antifascista prefere receber subsídios do Estado ou ser contratado por Câmaras antifascistas para fazer concertos ou exposições antifascistas.
Nos próximos meses se verá se temos um governo democrático ou não.