Marcelo defende avanços sociais da mulher e critica “nostálgicos saudosistas”

Chefe de Estado considerou que é importante recordar o passado, “para não haver o risco de voltarem a querer impor uma ditadura”, uma vez que  “as ditaduras começam com pezinhos de lã”. 

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, esta quinta-feira, os avanços no papel da mulher em Portugal desde o 25 de Abril, criticando os “nostálgicos saudosistas”.  

O Presidente da Assembleia da República participou numa palestra sobre o 25 de Abril, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa.  

Na sua intervenção inicial, o chefe de Estado considerou que é importante recordar o passado, “para não haver o risco de voltarem a querer impor uma ditadura”, uma vez que  “as ditaduras começam com pezinhos de lã”. 

“É fundamental, cada vez que aparecer alguém com ideias que sejam não aceitar — não aceitar a orientação de género ou a orientação política ou a orientação religiosa ou a orientação filosófica diferente –, cada vez que aparecer alguém a querer estabelecer censuras abertas ou escondidas, aí, dizer: atenção, isso pode ser uma moda, na Europa e no mundo, pode ser uma moda em Portugal, mas é uma moda que não pode pôr em causa a liberdade e a democracia”, apelou. 

Marcelo foi questionado, por um aluno, sobre o livro “Identidade e Família”, que diz estar assustado com possíveis reversões de direitos pela aproximação de alguma direita moderada à direita mais radical, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “aquilo que foi conquistado em termos de papel da mulher tendencialmente está para durar e, portanto, para ter futuro”, por representar “um consenso tão forte, tão forte, tão forte em termos maioritários”. 

“A minha convicção é a de que, apesar de em democracia ser teoricamente possível haver maiorias parlamentares que podem ser mudar a lei num sentido ou noutro, que o consenso existente na sociedade portuguesa — que é uma sociedade, além do mais, muito sensata — é um consenso favorável à valorização constante e duradoura do papel da mulher”, reforçou.