Nuno Melo acusa PS de “surto amnésico acelerado” por críticas sobre IRS

Presidente do CDS-PP garantiu que a Aliança Democrática (AD) saberá estar “à altura da tarefa” que se avizinha.

O presidente do CDS-PP criticou este domingo o PS pelos ataques ao Governo a propósito da descida do IRS. “Se continuarem a criticar o nosso Governo por começarmos a reduzir o IRS bem além do que o PS queria, só quero dizer duas coisas, a primeira é que estamos certos, a segunda é que, como de costume, o PS entrou em processo muito acelerado de surto amnésico”, afirmou Nuno Melo no discurso de encerramento do 31.º Congresso do CDS-PP, que decorreu em Viseu e terminou hoje com a eleição dos novos órgãos.

“O PS, que durante oito anos bateu todos os recordes de carga fiscal, aumentou o IRS, o IRC, o IUC e o ISP, ataca o Governo da AD porque nos primeiros 15 dias desceu os impostos sobre o trabalho bem além do que o próprio PS defendeu”, lamentou o também ministro da Defesa Nacional.

Nuno Melo afirmou ser “difícil encontrar um adjetivo que qualifique uma coisa assim” e apontou ainda que “se em 2011 outro governo da AD herdou um país em crise económica e financeira, em 2024 a crise legada pela esquerda é fundamentalmente social” e que “uma coisa não é pior do que a outra”.

Segundo o presidente do CDS-PP, reeleito neste 31º congresso com 89,3% dos votos, “se antes o PS e as esquerdas legaram a ‘troika’, desta vez trouxeram o colapso ao Serviço Nacional de Saúde, a instabilidade à escola pública, a porta de saída aos jovens, o desperdício à agricultura, a anarquia à habitação, as dificuldades às empresas e os problemas no setor social”. 

Nuno Melo garantiu que a Aliança Democrática (AD) saberá estar “à altura da tarefa” que se avizinha.

Parceiro de coligação no Governo na AD, o ministro e vice-presidente do PSD Paulo Rangel considerou que “se há uma boa notícia sempre para o PSD é o CDS estar, digamos, em plena forma. E portanto obviamente que o CDS é diferente do PSD e ainda bem”, salientou Rangel no encerramento do 31.º Congresso do CDS-PP, em Viseu. 

Pelo PS, o deputado e secretário nacional João Paulo Rebelo saudou o CDS pelos seus 50 anos de existência e lembrou que durante vários anos o partido foi “um tampão ao surgimento de forças extremadas mais à direita”, lamentando que tal não tenha acontecido recentemente.

Sobre a iniciativa anunciada pelo presidente do CDS e ministro da Defesa Nacional de criar uma comissão para as comemorações do 25 de Novembro de 1975, o deputado socialista respondeu que o PS reconhece que esta data teve “um papel importante” mas não a compara ao 25 de Abril de 1974.

Em representação do Chega, o deputado João Tilly desejou o crescimento do CDS mas “indo a jogo por si próprio e não às cavalitas de outro partido”. O parlamentar considerou que o CDS é “um partido histórico que faz muita falta à verdadeira direita portuguesa e mais ainda a Portugal” e rejeitou que o Chega seja um partido extremista, defendendo a tese de que à direita do seu partido se posicionam o ADN e o Ergue-te!.

Pela Iniciativa Liberal (IL), o membro da comissão executiva Pedro Pereira salientou que os liberais têm diferenças com os centristas sobretudo a nível social, apontando que vários dirigentes do CDS subscreveram nas últimas semanas “discussões públicas com o objetivo de repensar e inclusivamente regredir em questões de liberdade individuais”.

A IL espera que o CDS “aproveite esta segunda vida para renascer e representar de novo uma direita conservadora, mas democrática e moderada”, espaço que “infelizmente tem sido ocupado por forças populistas e xenófobas”.