Human Rights Watch acusa Rússia de executar soldados ucranianos que se renderam

A ONG dos direitos humanos recordou que, em março de 2024, uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU), acusou as forças russas, e o grupo paramilitar Wagner, de executar 15 prisioneiros de guerra ucranianos.

A Rússia foi, esta quinta-feira, acusada, pela organização Human Rights Watch (HWR), de executar, desde o início de dezembro, do ano passado, pelo menos 15 soldados ucranianos que se tentavam render, e exigiu uma investigação por potênciais crimes de guerra.

A organização não-governamental (ONG) de direitos humanos indicou, num relatório, ter recebido relatos de que as forças russas terão ainda executado outros seis soldados, da Ucrânia, que se estavam a render ou que já se tinham rendido.

“Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, as forças [russas] cometeram muitos crimes de guerra hediondos”, referiu a diretora de Crises e Conflitos da HWR, Belkis Wille, num comunicado, onde acrescenta que: “A execução sumária – ou assassínio – de soldados ucranianos rendidos e feridos, mortos a tiros a sangue-frio, expressamente proibida pelo direito humanitário internacional, também está incluída nesse legado vergonhoso”.

A ONG dos direitos humanos recordou que, em março de 2024, uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU), acusou as forças russas, e o grupo paramilitar Wagner, de executar 15 prisioneiros de guerra ucranianos.

Para além deste relatório da HWR, em março passado, a ONU revelou, num relatório, que pelo menos 32 prisioneiros de guerra ou soldados ucranianos, que já estavam rendidos, foram executados pela Rússia.

“Embora cada um destes casos seja horrível, talvez o mais contundente seja a prova que indica que, em pelo menos um caso, as forças russas deram ordens explícitas para matar soldados em vez de permitir que se rendessem, apoiando assim crimes de guerra”, disse Belkis Wille.

O relatório da HRW precisou que, de acordo com vídeos capturados por drones militares russos e publicados online em fevereiro, um dirigente terá dado a seguinte ordem a soldados russos na região de Donetsk: “não façam prisioneiros, disparem contra todos”.