O Governo exonerou o Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) presidido pelo João Dias, justificando a decisão com o incumprimento de vários compromissos.
O Ministério da Juventude e da Modernização, tutelado por Margarida Balseiro Lopes, escolheu, segundo o Observador, Sofia Mota, até aqui diretora do TicAPP – Centro de Competências Digitais da Administração Pública, para, a partir desta quinta-feira, chefiar a equipa que ficará à frente da AMA.
O Executivo alegou várias razões para a exoneração, como o incumprimento de vários compromissos relacionados com PRR e com o Plano de Atividades da agência. O governo acusa ainda a equipa de João Dias de uma gestão danosa de recursos humanos.
O Ministério da Juventude e da Modernização, contactado pelo Diário de Notícias, adiantou que durante o mandato da equipa anterior “foram incumpridos diversos compromissos e responsabilidades críticas à operação da AMA”, pelo que se tornou “necessário imprimir uma nova orientação à gestão”.
O presidente exonerado já afirmou, ao ECO, que vai contestar judicialmente a decisão do Governo e sublinhou que ficou “surpreendido” com a ministra Margarida Balseiro Lopes em duas breves reuniões.
“Desde que este Governo tomou posse, tive uma reunião com a ministra de menos de cinco minutos que disse que iria fazer um grande pedido de informação, num determinado prazo. Entregámos o pedido solicitado dentro da data e não tivemos mais contacto nenhum. Entretanto, a ministra marcou uma reunião na Presidência do Conselho de Ministros, que decorreu esta terça-feira, às 19h, e que também só demorou cinco minutos, na qual a ministra anunciou a exoneração do conselho diretivo da AMA”, contou, acrescentando que Margarida Balseiro Lopes tem uma “visão pouco rigorosa da informação”.
“Nunca houve oportunidade do contraditório, nunca houve oportunidade para explicarmos que algumas metas do PRR transitaram de 2022 para 2023, que as lojas do cidadão não avançaram como planeado, porque as autarquias lançavam concursos para as empreitadas que ficavam desertos e que, em determinadas áreas, atuávamos como intermediários e que, por esse motivo, a execução de certos programas dependiam de outros organismos e outros ministérios”, acrescentou.
Sublinhe-se que João Dias estava no cargo desde janeiro de 2023, tendo sido nomeado para um mandato de cinco anos.