O presidente da TAP defendeu que o Estado deve manter uma participação na companhia aérea após a privatização. Luís Rodrigues acrescenta que se deve atrair investidores fora do setor da aviação”.
“A minha recomendação seria que o Governo português mantivesse uma posição, fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento”, disse o líder da TAP, em entrevista entrevista ao Financial Times publicada esta terça-feira.
Luís Rodrigues justificou que, daquela forma, garante-se que “se os atores mudarem, ninguém entrará com uma agenda diferente”, apontando como exemplo a necessidade de servir as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
O presidente da TAP, que tomou posse há cerca de um ano, defendeu ainda que se deve atrair investidores fora do setor da aviação. Aqui o objetivo é contornar eventuais preocupações concorrenciais da Comissão Europeia com a consolidação de companhias aéreas.
“Acho que em algum momento poderemos estar prontos para uma venda de 100%, mas vamos passo a passo”, realçou o responsável na entrevista ao diário britânico.
Em declarações aos jornalistas, em Londres, por ocasião das comemorações do 75.º aniversário da ligação aérea Lisboa-Londres, na semana passada, Luís Rodrigues mostrou-se confiante num bom resultado financeiro no final do ano, apesar dos prejuízos no primeiro trimestre.
A TAP comunicou prejuízos de 71,9 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, que o presidente da companhia aérea atribuiu ao aumento da massa salarial. O número representa um agravamento face ao resultado líquido negativo de 57,4 milhões registado no mesmo período do ano passado.