A direita europeia foi a vencedora da noite eleitoral do passado domingo, com todos os partidos a aumentarem a representação, e a esquerda – em particular os verdes, que ficam reduzidos a 53 eurodeputados – caiu consideravelmente.
O Partido Popular Europeu (PPE) foi o inequívoco vencedor das eleições, tendo aumentado a sua representação de 176 para 189 mandatos, com os Conservadores e Reformistas a ficarem mais próximos de serem a terceira força política no Parlamento Europeu, algo que será consumado com a integração do Fidesz, partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Órban, que tem sido incluído no grupo dos não alinhados, tanto nas projeções como após a dibulgação dos resultados finais – talvez num esforço de passar a ideia de que o Renew continua a ser a terceira agremiação política com mais representação na UE.
Estes últimos foram os grandes derrotados, com uma perda de 23 assentos, e a sua representação nos mais altos cargos da União Eruopeia pode estar em risco, caso o ECR – como terceira maior força – reivindique o cargo de alto representante para os Negócios Estrangeiros e para a Política de Segurança.
Quanto à fusão entre os dois partidos mais à direita – da qual muito se falou no período pré-eleitoral – parece que não se tornará realidade num futuro próximo, uma vez que Giorgia Meloni não quer abdicar da posição de força na qual se encontra. Uma aliança com Marine Le Pen iria provavelmente relegá-la para segundo plano, já que o partido da francesa está em franco crescendo.
A primeira-ministra italiana pode aguardar por um possível fracasso da líder do União Nacional – partido que é claro favorito a vencer as eleições legislativas antecipadas convocadas pelo Presidente francês, Emanuel Macron, na sequência dos resultados do dia 9 de junho – que provocaram um verdadeiro terramoto político entre os gauleses (ver páginas 38-39).
Assim, a política europeia – ainda que mantendo um certo equilíbrio de forças – promete fazer correr muita tinta nos tempos mais próximos, tanto na atividade parlamentar quanto nos altos cargos da UE (presidente da Comissão, presidente do Conselho, presidente do Parlamento Europeu e alto representante para os Negócios Estrangeiros e para a Política de Segurança).