Cerca de 500 médicos assinaram uma carta aberta dirigida à ministra da Saúde, na qual chamam a atenção para a indisponibilidade para fazer horas extraordinárias acima do limite legal, se o Governo e os sindicatos não chegarem a acordo nas próximas negociações.
Na carta, lançada pelo movimento Médicos em Luta, os signatários adiantam que, na falta de entendimento entre os sindicatos e o Governo até ao final deste mês, “farão valer a sua declaração de indisponibilidade para a prestação de trabalho suplementar” para além do limite a que estão obrigados pela lei a partir de 1 de julho.
Sublinhe-se que os médicos têm de cumprir 150 horas de trabalho suplementar por ano ou 250 horas no caso de integrarem o regime de dedicação plena.
Os médicos, que assinam a carta, alertam que esta eventual indisponibilidade terá um “impacto negativo na dinâmica dos serviços de saúde”, que estão “claramente dependentes do trabalho extraordinário dos médicos”.
“As condições de trabalho atuais têm impactado negativamente a saúde mental, física e a qualidade de vida de todos os profissionais de saúde”, lê-se na carta dirigida a Ana Paula Martins.