O produto interno bruto (PIB) português deverá crescer 1,6% este ano e 1,4% em 2025. As perspetivas são da Allianz Trade e representam uma revisão em alta face à previsão de abril, quando antecipava um crescimento económico de 1,3% para 2024 e de 1,8% para 2025.
Em comunicado, os especialistas da Allianz Trade defendem que “a economia portuguesa tem dado sinais de resiliência apesar dos vários desafios que tem enfrentado” e que “a evolução do setor do turismo e o consumo privado têm apoiado o crescimento económico”.
No entanto há alertas e é preciso “ter em conta riscos que continuam a pairar nomeadamente devido à incerteza gerada por atos eleitorais em economias especialmente importantes para Portugal, como é o caso de França, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA) ainda neste ano”.
No que diz respeito à inflação as estimativas apontam para uma aproximação à meta do Banco Central Europeu (BCE) de cerca de 2%, sendo que, em 2025, deverá ficar nos 1,9%.
Riscos de recessão na Zona Euro persistem
No que à zona euro diz respeito, as perspetivas apontam “para um crescimento ligeiro este ano, não afastando assim os riscos de uma eventual recessão económica”. A Allianz Trade estima que a economia do euro avance 0,7% em 2024 e 1,4% no próximo ano, “mantendo-se assim em linha com as anteriores estimativas”.
Entre as economias do euro, o PIB da Alemanha deverá avançar apenas 0,1% neste ano e 0,9% em 2025. De acordo com a empresa de seguro de crédito, “a Alemanha, o motor da economia do euro, apresenta um crescimento potencial baixo, sendo penalizada por uma deterioração da competitividade e estagnação da produtividade”.
Já a economia francesa, “importante parceiro económico de Portugal, deverá crescer 0,9% em 2024 e 1,3% no seguinte, sendo que, a economia gaulesa atravessa um período de incerteza, fruto da incerteza política, com o país a ser chamado às urnas. Já a economia espanhola deverá expandir 2,1% neste ano e 1,7% em 2025, estando também acima da média prevista para a área da moeda única”, lê-se na nota.
Quanto à inflação, “a meta próxima dos 2%, defendida tanto BCE como pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), deverá ser alcançada em 2025, estima a Allianz Trade, seis meses após o que estava anteriormente previsto”.
Os especialistas da Allianz Trade acreditam que a Fed deverá fazer o primeiro corte na taxa de juro em dezembro deste ano e cinco cortes na taxa diretora no próximo ano. Já a autoridade monetária da Zona Euro deverá cortar a taxa de juro, e pela segunda vez neste ano, em setembro. E, em 2025, deverá realizar quatro cortes nas taxas de juro.