As autoridades alemãs e suecas detiveram, esta quarta-feira, oito homens suspeitos de terem cometido crimes contra a humanidade, em nome do regime de Bashar al-Assad na Síria.
De acordo com os ministérios públicos de ambos os países, esta operação conjunta deteve quatro membros de uma milícia armada e um antigo agente dos serviços secretos sírios, na Alemanha, e outros três suspeitos na Suécia.
Um comunicado, do Ministério Público (MP) alemão, explica que estes detido “são fortemente suspeitos de assassínio ou tentativa de assassínio de civis como crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, cometidos durante a guerra civil na Síria.
Já o MP da Suécia, citado pela AFP, afirma que os detidos são suspeitos de “terem cometido um crime contra a humanidade na Síria em 2012”.
Os detidos na Alemanha incluem quatro apátridas de origem palestiniana, membros de uma milícia armada que controlava o bairro de Al Yarmouk, em Damasco, a capital síria, “em nome do regime sírio”, acrescenta o MP.
A mesma fonte indica que “todos os arguidos participaram na repressão violenta de uma manifestação pacífica contra o governo sírio, em 13 de julho de 2012, em Al Yarmouk”, disparando “deliberadamente contra os manifestantes”.
A guerra civil na Síria começou em 2011 com a repressão de manifestações antigovernamentais pelo regime do Presidente Bashar al-Assad, sendo que, entre meados de 2012 e 2014, foram infligidas “violências físicas maciças e por vezes repetidas” a civis em Al Yarmouk por vários dos suspeitos.
As pessoas detidas são ainda suspeitas de terem entregado às autoridades, três civis que foram posteriormente assassinados “numa execução”.
As detenções destes suspeitos foram realizadas no âmbito da cooperação judiciária entre as autoridades alemãs e suecas, com o apoio das agências Europol e Eurojust e de vários países europeus.