A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, disse, esta quarta-feira, no Parlamento, que a nova equipa de administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) encontrou irregularidades na gestão de Ana Jorge.
A governante, que está a ser ouvida no Parlamento, adiantou também que o plano de reestruturação será apresentado à tutela na próxima semana.
A ministra disse aos deputados que os pormenores do levantamento, que está ser feito pela nova equipa de gestão da SCML, liderada pelo provedor Paulo Duarte de Sousa, serão revelados no tempo devido, mas que já foi possível encontrar irregularidades.
“Esta equipa já encontrou alguma coisa que não sabíamos que existia. Várias irregularidades no processo de alienação do Hospital da Cruz Vermelha, na resposta a entidades interessadas”, disse a governante.
Maria do Rosário Palma Ramalho explicou que existem sempre atrasos em processos de aquisição, nomeadamente na aquisição de refeições, que foram também detetados pisos em edifícios hospitalares que não funcionam e um edifício em Monsanto, concluído há mais de dois anos com capacidade para 60 camas, “totalmente desocupado”.
A ministra apontou ainda a falta de um plano estratégico para a área dos jogos e imóveis que não estão a gerar qualquer rendimento.
“Esta foi a situação que foi encontrada e que já nos foi relatada e diz bastante da gestão no período da provedora Ana Jorge”, acusou a governante.
Relativamente à saída da antiga provedora, a ministra recusou “saneamentos e exonerações políticas”. “Não fiz nenhuma” respondeu prontamente.
“Não há saneamento político, há exoneração por razões financeiras e de gestão”, disse a ministra, que adianta que os novos elementos a que já teve acesso confirmam que teve razão nessa decisão.