Desde os idos anos 80 as minhas férias são viajar de carro sem marcar hotéis. Em Agosto, atravessar a tórrida Meseta ibérica e ficar na Costa Brava. Depois, seguir para Nice e aí fazer base durante duas semanas. A fazer o quê? Alternar entre praia em St. Tropez e Menton, na fronteira com a Itália, e San Remo. Sem planos, apenas estar.
À noite, passar pelo hipódromo de Nice e assistir às corridas de cavalos. À tarde, visitar as casas museu de Matisse e Chagall em Nice. Contemplar Picasso em Antibes e jantar em Juen Les Pins ao som de Tom Jobim…
Os caminhos percorridos entre os sítios fazem parte do programa que não é programado. Voltar por Benicassim a tempo do seu festival de música, sabe sempre bem e vale o esforço de condicionar a agenda..Depois, rumar a Granada e visitar o sublime Alhambra. No regresso, mais um percurso, parar para almoçar em Córdoba e visitar a capital cosmopolita Árabe da Ibéria onde foi traduzido Aristóteles.
No final, descansar no Algarve, na quinta do meu amigo de juventude em S Brás de Alportel e idas à praia do Ancão.
Estas são as férias da minha juventude que ainda tento fazer. Férias que passam por viajar pela Europa e pelas praias de Cadiz ou Biarritz. A minha favorita e a melhor da Europa é a praia Novo Sancti Petri, em Cadiz: água a 25 graus, oceano Atlântico, com hotéis britais em cima da praia.
Ir de carro com liberdade para sair quando queremos só porque sim e parar onde queremos para conhecer verdadeiramente as aldeias da Europa, dos Pirenéus à Suíça.
A nossa Europa é sublime e viajar de carro, num descapotável se possível, é absolutamente divino. Atravessar os Alpes suíços, St Moritz, entre o Lago Constança e o lago Cuomo, em Itália, a ouvir Cat Stevens, foi talvez a viagem mais divina que tive o privilégio de ter feito!