O Presidente da Assembleia da República afirmou, terça-feira, que a procuradora-geral da República deveria ter-se pronunciado no Parlamento e não em entrevista à RTP.
Aguiar-Branco defendeu que se a intervenção pública de Lucília Gago “tivesse acontecido há muito mais tempo”, havia “menos razões para ter juízos que foram feitos e que eram desproporcionais ou descabidos em relação à atuação do Ministério Público”.
“Quanto mais tivesse acontecido lá atrás, mais credibilidades teríamos tido no setor da justiça”, acrescentou, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação do relatório anual ‘O Estado da Nação e as Políticas Públicas’ 2024, no ISCTE, em Lisboa.
Além do timing, o presidente da AR criticou o local. Para Aguiar-Branco “teria sido melhor” que Lucília Gago tivesse falado no Parlamento, “o lugar por expressão de maior dignidade nos órgãos de soberania”, onde “estão os representantes do povo”.
“Como outros procuradores no passado fizeram, responderam às perguntas, responderam àquilo que achavam que podiam responder, àquilo que achavam que não podiam responder, não respondiam. E eu teria preferido que a primeira intervenção tivesse sido no parlamento”, sublinhou.