O Conselho de Administração da RTP já está composto. O presidente, Nicolau Santos, e o vogal Hugo Figueiredo já eram nomes conhecidos, uma vez que tinham sido anunciados pela própria RTP ainda antes da eleições. A novidade está no pelouro financeiro, que é agora ocupado por Sónia Alegre, militante ativa do PSD. Ainda que esta escolha tenha sido do Conselho Geral Independente (CGI) da estação pública, contou – como é regra – com o parecer prévio e vinculativo do Ministério das Finanças, atualmente liderado por Joaquim Miranda Sarmento.
Sónia Alegre esteve ligada ao setor da banca durante mais de duas décadas, nomeadamente ao serviço da Caixa Geral de Depósitos, e para abraçar este projeto na estação pública sai da Transportes Metropolitanos de Lisboa, onde desempenhava também o cargo de administradora com o pelouro do Departamento Financeiro, Planeamento e Controlo e ainda do departamento de ITS (Intelligent Transport Systems and Services), Jurídico e Recursos Humanos.
Mudanças na estação pública?
Conhecidas as escolhas para o Conselho de Administração da RTP, os seus membros foram ouvidos no Parlamento e a estação pública pode vir a contar com mudanças em breve. Quem o garantiu foi Nicolau Santos, que diz ser preciso olhar para o contrato de concessão e perceber se «fazem sentido hoje em dia» os oito canais de televisão e os sete de rádio. O presidente do Conselho de Administração justifica esta ideia com a transição cada vez mais frequente para o digital, uma tendência que, diz, não afeta apenas a RTP: «É necessário olhar para o contrato de concessão (…) para sabermos se os oitos canais que temos de televisão e os sete de rádio fazem sentido hoje em dia, se devem ser esses, se devem ser outros, se podemos agregar conteúdos, se podemos mudar eventualmente aquilo que estamos a fazer».
Mas é também preciso ter em atenção que é «obrigatório manter a sustentabilidade da empresa» – que tem tido resultados positivos nos últimos 14 anos – e «uma dívida perfeitamente controlada».
Quem também defende mudanças é a nova administradora, para quem é «necessário de certa forma adequar aquilo que são os objetivos ao financiamento existente», tendo em conta que 80% da receita é dependente da Contribuição para o Audiovisual. Sónia Alegre concorda com Nicolau Santos e diz também ser preciso mais investimento na tecnologia.