Estado regista défice de 2.731 milhões de euros até junho

Valor representa uma diminuição de 7.574,5 milhões de euros face ao período homólogo.

As administrações públicas (AP) registaram, até junho, um défice de 2.731 milhões de euros, o que se traduz numa diminuição de 7.574,5 milhões de euros face ao período homólogo, “devido aos efeitos conjugados da diminuição da receita (4,1%) e do acréscimo da despesa (11,2%)”, revela a Síntese de Execução Orçamental divulgada esta quarta-feira.

Os dados revelam ainda que, em maio, o saldo orçamental das administrações públicas registou um défice de 2.553 milhões de euros, “pelo que a variação de junho face ao mês anterior foi de 178 milhões de euros, registando um abrandamento da trajetória”.

O comunicado explica que “a variação do saldo encontra-se influenciada pela transferência, em 2023, da totalidade das responsabilidades asseguradas através do Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos (FPCGD) para a CGA, no valor de 3.018,3 milhões de euros”, acrescentando que esta operação “não teve impacto no saldo em contas nacionais, assumindo uma natureza financeira”.

Na nota lê-se ainda que, “ajustado do efeito inerente ao FPCGD, o saldo orçamental das AP decresceu 4556,2 milhões de euros, face ao registado no mesmo período do ano anterior, pelo facto de o aumento da despesa (11,2%) ter sido superior ao da receita (1,7%)”. Já o saldo primário cifrou-se em 958,1 milhões de euros, menos 4253,2 milhões de euros do que em 2023.

Já o aumento da receita, em 1,7%, “excluindo a operação de transferência do FPCGD, reflete o desempenho da receita contributiva (9,9%) e da receita não fiscal e não contributiva (17,5%)”.

O crescimento da receita não fiscal e não contributiva “foi influenciado essencialmente pelo comportamento do conjunto do agregado das restantes receitas (55,6%), assim como das transferências (16%) e dos rendimentos da propriedade (51,7%)”, diz a Direção-Geral do Orçamento (DGO), acrescentando que “o acréscimo da despesa primária em 11,4% está associado, sobretudo, aos aumentos nas transferências (14,7%), nas despesas com pessoal (7,2%) e na aquisição de bens e serviços (10,8%)”.