André Gomes: “O Algarve faz bem em não seguir o caminho dos preços baixos”

O presidente do Turismo do Algarve reconhece que há destinos concorrentes ‘que são muito mais agressivos do ponto de vista da política do preço’, mas diz que a região não tem necessidade de seguir esse caminho. E refere que os portugueses continuam a ser o principal mercado, mesmo na época alta.

Como está a correr o verão no Algarve?

Está a correr bem, em linha com o que era expectável e com o que verificámos em 2023, que foi um ano recorde tanto ao nível dos hóspedes, em que voltámos a superar os cinco milhões e a tendência é para seguirmos o mesmo caminho. E os resultados do primeiro semestre dizem-nos precisamente isso: tivemos 2,3 milhões de hóspedes, mais 3,1% relativamente a 2023 e subimos 2,8% em relação a dormidas e estamos a falar de 8,7 milhões de dormidas.

Mais estrangeiros do que nacionais?

Curiosamente, num tempo em que as pessoas tanto falam que temos menos portugueses na região terminámos o primeiro semestre com mais 0,3% de hóspedes nacionais. Obviamente que temos uma subida e um crescimento muito maior por parte dos mercados internacionais, em que terminámos o semestre a crescer em termos de hóspedes 4% e em termos de dormidas 3,5%.

Mas nessa altura não tínhamos chegado à época alta. Como vê as críticas de muitos portugueses a dizer que não têm dinheiro para ir para o Algarve e que optam por outros destinos mais baratos?

Gosto de trabalhar com factos e não com perceções, perdoe-me a expressão dos ‘achismos’. Às vezes há a perceção que teremos eventualmente menos portugueses, mas os números de junho até mostram o contrário. É com expectativa que aguardo pelos números de julho e de agosto. A verdade é que o mercado nacional continua a ser o nosso principal mercado turístico, mesmo naquilo que é a época alta. Por exemplo, no ano passado, só em julho, agosto e setembro, o mercado nacional representou 2,5 milhões de dormidas, foi o nosso principal mercado e ficou até acima do mercado britânico. O mercado nacional vai continuar a ser, certamente, o nosso principal mercado, independentemente de poder haver oscilações que têm várias justificações, desde as questões da inflação que colocaram os portugueses com menores disponibilidades para fazerem férias e depois a questão do preço também tem influência. Tenho dito por diversas vezes que temos destinos concorrentes que são muito mais agressivos do ponto de vista da política do preço, mas continuo a achar que o Algarve faz bem em não seguir esse caminho. Para já, principalmente em termos de época alta não tem essa necessidade. Estamos com ocupações superiores a 90%/95% no setor de hotelaria e não temos de jogar com o preço para termos uma maior ocupação neste período. Temos sim capacidade para crescer fora dessa época e esse trabalho temos vindo a fazê-lo através da diversificação e da complementaridade da oferta para tentarmos criar novas motivações de visita e que tem dado resultados. Por exemplo, entre janeiro e abril crescemos em média 40%, depois entre outubro e dezembro do ano passado voltámos a crescer em média 12%. Isto é claramente a demonstração do resultado deste trabalho que temos vindo a fazer para mostrar que o Algarve é um destino de férias para todo o ano, nomeadamente e, em particular, também para o mercado nacional, porque como se costuma dizer, ‘o Algarve está logo ali’. Utilizo muitas vezes esta expressão e isso permite que muitos portugueses, em qualquer fim de semana, em qualquer feriado, em qualquer fim de semana prolongado desloquem-se ao Algarve e possam usufruir da nossa oferta turística.

É fácil explicar a quem queira ir para o Algarve que não pode ir devido aos preços, muitas vezes, proibitivos nesta altura do ano?

Tem a ver com as condições a nível nacional por parte de todos os portugueses e esperamos que, num curto prazo, venham a melhorar, nomeadamente com a redução da inflação. Também não temos razão, diria eu, para continuarmos a verificar um aumento de preços muito grande, como se verificou no período pós-pandemia porque aí de facto houve justificações, já que os custos de produção subiram imenso. Agora, o aumento dos preços reflete aquilo que é o aumento da qualidade do serviço prestado, aquilo que é o esforço que os empresários têm estado a fazer não só ao nível da mão-de-obra, mas também ao nível de serviços que são prestados pelos diferentes setores e não estou a falar só ao nível do setor da hotelaria, estou a falar ao nível da animação turística, de rent-a-car, etc.

Durante muitos anos, Portugal, não só o Algarve, era criticado por ter preços muito baixos, agora é por ter preços muito altos..

É um pouco isso. Se temos muita gente somos criticados por ter muita gente, se temos pouca gente somos criticados por ter pouca gente. Se nos é feito o desafio de qualificarmos e de valorizarmos a nossa oferta, assim o fazemos, mas depois dizem que estamos a cobrar muito caro. Agora, o que me parece evidente é o contributo que o setor tem dado, não só para a dinâmica dos territórios, como também para a economia, quer regional, quer a nível nacional.

Quais são os principais países emissores?

Continuamos a ter crescimento dos mercados britânicos, do alemão, do irlandês e dos países baixos, mas depois é com agrado que vemos outros a crescer exponencialmente, em que os mais mencionados são os Estados Unidos e o Canadá.

Falou no crescimento em fevereiro e em março. O Algarve já não é só destino de sol e praia?

Naturalmente, aquilo que são as nossas ofertas premium, aquelas que nos dão um maior reconhecimento a nível internacional continuarão a ser o sol e praia e também o golfe. Mas, na verdade, o Algarve hoje em dia – e já não é de agora, arriscar-me-ia a dizer que nos últimos 10 anos – foi criando motivações de visita para que o Algarve seja um destino turístico todo o ano. E aí houve um contributo muito grande e muito importante que foi o crescimento do turismo natureza. O Algarve tem a vantagem de ter um património natural que permite motivações de visita diferentes fora daquilo que é a época alta. Mas não foi só o turismo natureza que tem vindo a contribuir, mas todo o turismo cultural, novas ofertas, novos segmentos de turismo que temos estruturado em conjunto com o Turismo de Portugal, desde o turismo literário ao turismo industrial ou ao turismo criativo.

Em relação à oferta. A região tem capacidade para receber mais unidades hoteleiras?

Claro que sim. Pode e deve ter e é com agrado que vemos o contínuo interesse e a concretização de muitos investimentos por parte de grandes marcas e de fundos de investimento. Tem havido um interesse por parte dos investidores em proporcionar novas ofertas com fortes preocupações de sustentabilidade, de integração no território e de convivência com as populações locais. Muitos destes investimentos que estão para surgir nos próximos anos nem sequer versam sobre construção nova, versam muito sobre recuperação de edificado que não tem utilização turística ou que até estavam abandonados. E muitos deles até vêm dar uma resposta em matéria de diversificação e da complementaridade da oferta. Neste momento, temos segmentos de oferta para os quais não existe uma resposta do ponto de vista da hotelaria em determinadas zonas do território que temos estado a promover, dizendo que o Algarve é muito mais do que sol e praia, é muito mais do que a sua costa litoral e que tem todo um interior, toda uma serra que precisa de ter uma oferta. Não vejo esgotados nem aqueles que são os nossos produtos premium, os quais temos de continuar a cuidar, a trabalhar e a promover, quer a nível nacional, quer a nível internacional, mas depois também muitos destes novos segmentos de oferta que continuam a trazer as motivações para termos mais turistas todos os anos na região.

Em relação às taxas turísticas. Já há mais concelhos a aplicar?

Neste momento temos sete municípios com taxas turísticas aprovadas, algumas delas já estão a ser cobradas, outras vão iniciar a cobrança nos próximos meses. E vemos com agrado que haja mais municípios a aderir a esta diversificação também do ponto de vista de fontes de financiamento. Também vejo com agrado que alguns destes novos municípios seguiram a nossa proposta de regulamento base que propusemos em sede à AMAL, apesar de cada um deles ter a responsabilidade de definir os termos em que vão fazer a cobrança, os períodos, o valor e as faixas etárias.

O valor é idêntico ou assistimos a uma grande discrepância como se assiste em algumas zonas do país?

Dentro daquilo que está previsto ao nível dos regulamentos temos alguma homogeneidade ao nível das cobranças. De grosso modo, quase todos vão cobrar durante a época alta dois euros e um euro na época baixa. Temos apenas um que vai cobrar 1,5 euros durante todo o ano.

E como vê as imagens que mostram um caos no aeroporto de Faro com várias horas de espera em pé para entrar e sair do Algarve?

Reconhecemos que temos algumas situações pontuais e muito focalizadas em determinados dias da semana e que são claramente justificadas por um conjunto de aeronaves que chegam ali num período de 1h30, duas horas, muitos deles vindos do Reino Unido e que criam uma pressão maior ao serviço de fronteira que, neste momento, é assegurado pela PSP, depois da extinção do SEF. Não é uma questão exclusiva do aeroporto é uma questão de falta de meios das forças de segurança, não obstante terem vindo a ser cumpridos aqueles que eram os reforços previstos no âmbito desta transição do SEF para a PSP e independentemente dos reforços para a época de verão.

Não é o melhor cartão de visita para quem chega ao país…

Não, mas muitas vezes também há alguma contrainformação. Já vimos alguns desses vídeos e algumas dessas fotografias a serem partilhadas e alguns têm mais de um ano, no entanto, estão a ser partilhados como se fossem ontem. Ainda esta semana foi dada uma nova resposta que está relacionada com uma questão da infraestrutura em si. A área de entrada, que não é muito grande, principalmente quando chegam quatro e cinco aviões no espaço de uma hora, uma hora e meia, passou a contar com uma nova área provisória, ou seja, neste momento passámos a ter duas áreas similares àquela que aparece nas fotografias. Mas é certo que reconhecemos que há uma falta de meios e não é só no aeroporto, nem é só no período da época alta e aguardamos por parte do Governo uma resposta.

Tem vindo a defender que mais rotas significavam mais turistas…

Todas as novas rotas que tivemos oportunidade de falar na última entrevista como sendo futuras acabaram por se concretizar. Desde o voo para Ponta Delgada, para os Açores que foi anunciado inicialmente apenas para o período da época alta vai ser prolongado para o período de inverno, como tivemos os novos voos para Helsínquia, Southampton, Brest, Marrocos, Hungria, Polónia. Todas estas novas rotas que tínhamos vindo a preparar para entrarem em vigor em 2024 estão a ter início, só ainda não tiveram aquelas que vão arrancar na época baixa deste ano e vamos ter mais novidades para breve. Vamos continuar a apostar muito nesta questão e temos a certeza que os desempenhos da região têm muito a ver com este trabalho que temos feito ao nível da captação de novas rotas. Em relação à rota com a United que está prevista ter início em maio do próximo ano, como é sabido e foi comunicado, na altura, que só não teve início este ano porque a United foi impedida de ter novas rotas em 2024.

Falámos de má imagem para o país. O facto de a praia da Falésia ter ficado interdita a banhos não prejudica?

Obviamente que prejudica, mas também é com muito agrado que vejo neste momento muito menos ocorrências do que aquelas que vimos no ano passado. No ano passado tivemos algumas ocorrências a esse nível que depois acabam por influenciar aquilo que é o reconhecimento da qualidade das nossas praias. Este ano só tivemos esse problema na praia da Falésia em julho e foi um caso pontual.

Outra má imagem é que o se tem vindo a assistir em Albufeira com vários desacatos, em que o último incidente provocou um morto…

São casos que lamentamos principalmente os que dizem respeito à perda de vidas, mas a verdade é que continuamos a ser um destino seguro tanto ao nível da região como ao nível do país, o que é reconhecido pelos estudos internacionais. Ainda há poucos dias saiu um estudo que colocou Portugal como o sétimo país mais seguro do mundo e o quinto país mais seguro da Europa e é importante mantermos essa perceção de segurança e esse sentimento de segurança que o nosso destino transmite. Mas volto a falar, mais uma vez, da falta de meios no que diz respeito ao policiamento por parte das forças de segurança. Se as forças de segurança estiverem presentes, estiverem visíveis nas zonas mais relacionadas com a animação noturna é menos provável termos este nível de ocorrências. Depois também temos algumas questões relacionadas com os próprios estabelecimentos turísticos e é importante que as entidades que têm competência na matéria, nomeadamente a Câmara Municipal de Albufeira, tenham uma atenção particular para estas situações como já estão a ter.

As regras deveriam ser mais apertadas?

Não diria que passa por apertar as regras, porque quando vamos a outros países não precisamos de códigos de boa conduta ou de regras para nos dizerem que não podemos ir para um bar ter um determinado tipo de comportamento. Acho que está mais relacionado com uma questão de fiscalização e de atuação das forças de segurança, mas para isso também compreendo que é preciso ter meios para que seja possível mitigar estas situações pontuais que vão acontecendo porque não são desejáveis, nem boas pelo destino.

Outra dor de cabeça para a região é a seca. O Governo apresentou recentemente uma série de medidas para mitigar a situação, mas ainda assim houve um alívio em relação às medidas anteriores que tinham restrições para os empreendimentos turísticos. São suficientes ou corremos o risco de qualquer dia irmos abrir uma torneira e não ter água?

Acho que esse risco não corremos, agora também acho que nunca é suficiente tudo aquilo que possamos fazer para enfrentar este desafio, até porque não é um desafio de agora. Há décadas que a região vive com escassez de água e com pouca chuva e a situação de emergência com que iniciámos este ano levou a que tivessem sido adotadas algumas medidas extraordinárias pelo anterior Governo e agora este Governo veio aliviar um pouco, obviamente em função daquilo que também foram os resultados das medidas implementadas. Tem havido um esforço grande por parte do setor do turismo e um desses exemplos foi a instituição do Selo de Eficiência Hídrica Save Water que contou com uma forte participação. Os resultados foram recentemente partilhados pela ADENE e indicam que, em cerca de três meses de implementação, 110 empreendimentos turísticos aderiram a este selo, 80% dos quais estão em fase avançada de implementação das medidas que previram nos seus planos de ação. Os concelhos que registaram mais adesões foram Albufeira, Loulé, Lagoa e Portimão, mas também são os que têm maior oferta em termos de número de camas. Em termos de resultados, estes empreendimentos turísticos conseguiram reduzir em 12% o consumo global de água entre janeiro e maio, o que também nos fez perceber que havia espaço de ação. Mas posso-lhe dar mais alguns dados, estamos a falar de 2.377 medidas que estão a ser implementadas pelos hotéis até ao final do ano, destas 53% já foram implementadas e 47% são estruturantes, ou seja, são medidas que podem levar mais tempo a ser implementadas e que poderão ter de ser implementadas fora do pico alto da atividade dos hotéis. No entanto, também serão aquelas que de uma forma mais permanente vão ficar para o futuro, sem esquecer as medidas mais rápidas, mais imediatas, como as substituições das cabeças de chuveiro, os redutores de caudal que foram tomadas no início. Depois tivemos também um peso muito grande dentro daquilo que foram as medidas comportamentais, uma aposta por parte dos empreendimentos na sensibilização, quer dos próprios funcionários, quer também dos próprios turistas. O mais natural seria dizer ‘temos mais gente este ano, portanto vamos gastar mais água’, mas estamos a fazer esta monitorização com base naquilo que são o número de dormidas e em termos de redução do consumo específico estamos a falar de 9%, o que me parece um ótimo contributo. E depois temos situações exemplares de unidades em particular que estão a reduzir o seu consumo em 40% relativamente a 2023, o que significa que podemos continuar a propiciar a mesma qualidade de serviço aos turistas, mas poupando água. Outra medida que está a ter um impacto muito forte é a redução dos espaços verdes, não só nas unidades hoteleiras, mas também nos campos de golfe, em que a relva está a ser substituída por espécies autóctones, ou seja, por outra tipologia de espécies que requerem um menor consumo de água.

A região conta com o projeto de uma dessalinizadora com verba do PRR mas continua a não avançar.

Ainda esta semana estivemos com a ministra de Ambiente, em que fizemos algumas visitas a praias no âmbito do programa de reposição de areias que o Governo vai implementar e tivemos oportunidade de falar disso e, como a própria ministra disse, está a seguir os seus trâmites dentro daquilo que é habitual em Portugal. Muitas destas soluções, infelizmente, não tem efeitos imediatos, mas confesso que sou mais fã de outras opções mais estruturantes do que propriamente da dessalinizadora. Sou mais defensor da ligação ao Alqueva e continuo a não compreender como é que isso não está logo na primeira linha das possibilidades.

Mas tem havido alguns entraves nessa hipótese…

São sempre levantadas muitas questões, como são levantadas também relativamente a todos os outros investimentos, nomeadamente as dessalinizadoras. Pode ser difícil, mas é possível e não é por as coisas serem difíceis que não devemos avançar.

Outro problema diz respeito à mão-de-obra. Continua a ser um desafio contratar, principalmente nesta altura quando é preciso mais trabalhadores?

Continua a ser um desafio, mas não tem sido tão grande como aquele que verificámos nos últimos anos e isso tem muito a ver com a atuação por parte das empresas que passaram a valorizar mais os seus trabalhadores, mantendo inclusivamente as equipas de um ano para o outro. Agora não deixa de ser um desafio, continuamos a precisar de mais mão-de-obra, não só ao nível do setor do turismo, mas também ao nível de outros setores. O que também temos de apostar é na qualificação dessa mão-de-obra. Temos desenvolvido alguns programas de formação, lançámos no início deste ano o programa Competências Futuro Algarve que foi desenvolvido entre fevereiro e maio deste ano e numa segunda fase será desenvolvido a partir de outubro até ao final do ano, onde temos o objetivo de impactar sobre 1.600 trabalhadores. Conseguimos chegar a mais de 900 trabalhadores neste primeiro período de formação e acredito que com o segundo vamos atingir o objetivo de formar 1.600 trabalhadores.

A contratação passa, em grande parte, pela imigração. As medidas que o Governo lançou poderá criar mais dificuldades?

Creio que temos de continuar a trabalhar no sentido de conseguirmos eliminar os problemas para termos uma migração ética e responsável. Mas para isso é necessário ultrapassar alguns obstáculos, muitos deles burocráticos e que estão relacionados com o funcionamento dos nossos consulados e das nossas embaixadas. Nos últimos anos, ao nível do turismo do Algarve temos vindo a trabalhar com a OIM, a Organização Internacional para as Migrações, no sentido de tentarmos encontrar formas de trazer trabalhadores de outros países, nomeadamente de língua portuguesa para a região, através de protocolos com esses países e com mecanismos mais ágeis.

Fez agora um ano de mandato. Que análise faz?

Estamos neste momento a compilar o primeiro ano de mandato, mas de facto tem sido um ano extremamente desafiante perante aquilo que têm sido as dinâmicas do setor, os desafios do território, os quais acredito que temos conseguido dar a resposta e colocar o empenho que a região e que o setor merecem. Faço um balanço extremamente positivo perante aquilo que tem sido o desempenho do setor e perante aquilo que têm sido os resultados que a região tem atingido, não só ao nível de crescimento em termos de ocupação, de dormidas, mas muito também em função daquilo que são os proveitos e os resultados que o setor tem gerado para a economia. Mas se tivesse de realçar uma marca destaco a questão da sustentabilidade e acho que não vai ser diferente nos próximos, em que o caráter da sustentabilidade teve um foco muito grande, não só pela questão dos desafios que a região nos coloca, nomeadamente para a questão da água, mas porque a questão da sustentabilidade é para qualquer  território muito importante,  em particular no que diz respeito à resposta até dos próprios turistas que procuram os destinos turísticos por este mundo fora. Hoje em dia há cada vez mais uma maior procura  e uma maior sensibilização por parte dos turistas para territórios onde reconhecem essa preocupação com a sustentabilidade. E quando falamos de sustentabilidade no território  não estamos a falar única e exclusivamente da questão relacionada com a natureza ou com a  vertente ambiental, mas da vertente social. É muito importante continuarmos a conseguir crescer de uma forma sustentável, compatibilizando aquilo que é a atividade e o desempenho do setor com a vivência das populações locais. É importante que aquilo que são os proveitos que o setor vai  gerando tenha impacto e reflexo no território e nas populações locais.