Foi adjudicada à Alexandra Barbosa Borges (ABB) a extensão da linha BRT do Metro do Porto entre Pinheiro Manso e Praça Cidade do Salvador, no primeiro relatório preliminar. Em causa estava uma proposta na ordem dos 14,9 milhões de euros, no entanto, a concorrente DST – que apresentou uma proposta de 16,4 milhões, isto é, 1,5 milhões mais cara do que a da ABB – apresentou pronúncia em sede de audiência prévia pedindo a exclusão da proposta da ABB, do consórcio ACA/Alves Ribeiro e da Conduril, pelo facto de estas terem representadas no caminho crítico do plano de trabalhos atividades que não são de construção.
O júri, que inicialmente reconheceu «pela análise do plano de trabalhos no seu todo, o caminho crítico segue uma sequência coerente e lógica nas atividades de construção, admitindo que esta lacuna decorre de vícios na elaboração do plano de trabalhos em MS-Project», acabou em sede de 2.º relatório preliminar por propor a exclusão das propostas com um fundamento que antes havia recusado.
No entanto, «todos os concorrentes excluídos, ABB, Consórcio ACA/Alves Ribeiro e Conduril se pronunciaram em sede de audiência prévia no sentido de não existir fundamento de exclusão das suas propostas e, a verificar-se, também teria de ser excluída a proposta da DST, pois padece da mesma falta», diz num documento a que o Nascer do SOL_teve acesso.
Agora caberá aos tribunais apreciar a situação e concluir se há fundamento para que a Metro do Porto gaste mais com a execução do contrato do que gastaria se o adjudicatário fosse à ABB.
Mas ao que o nosso jornal apurou esta decisão causou estranheza pelos timings. Numa altura em que se encontra a negociar com uma empresa do Grupo DST a antecipação da entrega dos veículos do ‘metrobus’ surge esta decisão por parte da empresa Metro do Porto de excluir todos os concorrentes do concurso público para execução da extensão desta lista. Recorde-se que fonte oficial da Metro do Porto já tinha afirmado que quer antecipar o prazo de chegada dos veículos do ‘metrobus’ de abril de 2025 para o último trimestre deste ano. «Esse é o prazo contratual definido, sendo que, como o próprio relatório indica, estamos a trabalhar com o consórcio fornecedor no sentido de conseguir a antecipação da entrega de algumas unidades para o quarto trimestre deste ano», numa entrega «faseada» de veículos, disse à Lusa.