O presidente do Governo da Madeira considerou este domingo desnecessária a visita do Presidente da República à região na sequência dos incêndios de agosto. Miguel Albuquerque assegurou recusar ceder a “chantagens” para demitir o presidente da proteção civil no arquipélago.
“O que é que ele vem fazer?”, questionou o líder madeirense em declarações aos jornalistas, acrescentando que Marcelo Rebelo de Sousa “não tem nada para ver” na ilha, apenas “mato queimado” e “não houve nenhuma casa nem nenhuma infraestrutura afetada”.
Albuquerque adiantou que o Chefe de Estado lhe telefonou para inteirar-se da situação e lhe deu as explicações necessárias, opinando que este assunto “está arrumado”.
Sobre a situação de algumas forças e entidades estarem a pedir a demissão de responsáveis da proteção civil regional, criticando a estratégia adotada para combater os incêndios de agosto na ilha, respondeu: “Não estou sujeito a chantagens nem posso trabalhar em função da chantagem”.
“Se querem um líder do governo a deambular consoante aquilo que se diz na internet ou os gostos momentâneos da opinião pública, nós ficamos sem rumo”, acrescentou Albuquerque, enfatizando que alguém tem de demonstrar “que houve negligência ou incompetência na gestão dos incêndios”.
“Eu não vou por preconceitos, nem aquilo que se diz nas redes sociais. Temos que olhar para a realidade”, vincou, citado pela agência Lusa. O responsável insular destacou que “os resultados estão à vista”, porque não houve vítimas mortais, nenhuma infraestrutura ou casa afetadas e “só um núcleo residual da Laurissilva foi afetado”.