Portugal necessita de uma mudança de paradigma que a classe política insiste ignorar devido aos vícios e interesses instalados.
A promiscuidade entre os negócios e a política, a falta de dignidade na causa pública onde a corrupção continua a imperar, o nível salarial baixo dos portugueses, a elevada carga fiscal sobre quem trabalha, a eminente extinção da classe média, as baixas reformas e a falta de estruturas de acolhimento digno de idosos, a falta de condições laborais das forças de segurança, a ausência de carreiras atrativas nas forças armadas que evitem o seu declínio, a crise no ensino público que contribuí para a falta de professores e para um decréscimo da qualidade de ensino, as graves deficiências do Serviço Nacional de Saúde que atualmente são por demais evidentes, as barreiras com que ainda se deparam as pessoas portadoras de deficiência, o funcionamento da Justiça que continua a ser, incompreensivelmente, lenta e parca com os fortes, a intervenção despropositada do poder judicial no poder político, o Estado cada vez mais gordo ao serviço de clientelas, a subsidiodependência como um modo de vida, a ausência do necessário elevador social que permita a qualquer um progredir em função apenas do trabalho e do mérito, o tecido empresarial sem o apoio devido, a falta de condições para que os jovens iniciem cá as suas carreiras profissionais e obtenham a desejada independência que lhes permita constituir família, as ilicitudes protagonizadas por autarcas que passam impunes e tanto ainda havia a dizer…
São muitos dos exemplos do que urge mudar no nosso país, assim surjam políticos honestos e competentes com vontade de servir Portugal, ao nível nacional e ao nível autárquico, encarando o exercício das funções governativas como uma missão de serviço publico transitório e não como modo de vida, e assim os portugueses os saibam escolher sem a nefasta influência da cegueira partidária ou da ilusão criada por protagonistas malabaristas ou populistas.
Tivemos vários governos de direita e de esquerda que nos desgovernaram e hipotecaram o desenvolvimento do nosso país, não podemos continuar nessa senda desastrosa. De nada adianta o arremesso constante de responsabilidades de uns para os outros, todos erraram e todos são responsáveis.
Este é o momento de se inverter o rumo de uma vez por todas e isso depende muito de todos nós!
Cabe-nos a todos essa responsabilidade, exigindo mais de quem governa, abandonando a passividade que nos aniquila e manifestando veementemente o nosso desagrado quando assim se justificar.
Não podemos manter a permissividade que tanto nos prejudica, temos que nos indignar e manifestar a nossa intolerância com essa gente que esbanja o nosso dinheiro irresponsavelmente e opormo-nos a que se continue a fazer da política um meio de servir alguns dos seus intervenientes, desacreditando um papel que deveria ser nobre e fazendo-nos perder a esperança num futuro melhor.
Isto já não vai lá com ‘falinhas mansas’, este país necessita de um abanão a sério!