Escolha de Maria Luís Albuquerque para comissária dos Serviços Financeiros divide eurodeputados portugueses

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs esta terça-feira a  atribuição da pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento à comissária nomeada por Portugal, a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque

Os eurodeputados de IL, Chega, CDS e PSD apoiaram esta terça-feira a escolha da comissária portuguesa para a tutela dos Serviços Financeiros. Já o PS manifestou apreensão, enquanto BE e PCP apontaram um conflito de interesses. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs esta terça-feira a  atribuição da pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento à comissária nomeada por Portugal, a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.

Em reação à escolha, o eurodeputado da IL João Cotrim de Figueiredo considerou que a escolha “faz sentido tendo em conta o percurso profissional da Maria Luís Albuquerque”, por ter passado pelas finanças públicas. “Tem um percurso profissional suficiente e tem os instintos políticos […] para nos dar algumas garantias”, afirmou, desvalorizando críticas sobre eventuais conflitos de interesse.

Também citado pela agência Lusa, o eurodeputado do Chega António Tânger Corrêa disse reconhecer “competência pessoal e profissional […] para desempenhar este cargo”. Pelo CDS, Ana Pedro falou numa pasta “de relevância significativa tendo em conta a experiência que ela tem e o percurso profissional na área das finanças”, após ter desempenhado funções “num dos momentos mais delicados da economia portuguesa”.

Já o social-democrata Paulo Cunha referiu que esta é “uma boa notícia” para Portugal e para a Europa. “Temos uma portuguesa com credenciais de bom desempenho […] numa pasta que é muito relevante para a Europa”, salientou.

Por outro lado, a eurodeputada do BE Catarina Martins comentou que “Maria Luís Albuquerque tem problemas de transparência, de conflito de interesses e está envolvida também na privatização da TAP, que está agora a ser investigada”.

Pelo PCP, João Oliveira observou que “é uma escolha que certamente deixará satisfeitos os interesses do setor financeiro, mas será talvez mais difícil de explicar no Parlamento Europeu qual é efetivamente o distanciamento que Maria Luís Albuquerque tem destes interesses financeiros”, concretizou, afirmando esperar um “escrutínio [parlamentar] apertado”.

Já a socialista Marta Temido apontou que “há aspetos que suscitam preocupação e apreensão” no que toca ao “perfil político” de Maria Luís Albuquerque, nomeadamente por ter avançado, enquanto ministra das Finanças, com “decisões do ponto de vista da política económica e financeira portuguesa, ainda que num contexto específico, foram inegavelmente associadas a fórmulas que não foram um sucesso”.

Maria Luís Albuquerque, 57 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da ‘troika’, sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP).