Mia Couto. Jindungo para línguas europeias

Após 40 anos de escrita e uma carrada de prémios, as palavras de Mia Couto continuam em águas de bacalhau. Enquanto o país dorme, os júris, os jornalistas, os ministros e os administradores sentam-se à mesa com os talheres de prata e os copos de cristal para elogiar o último livro de contos do escritor.

Era uma piada, bem entendido. Temos visto saírem da toca uma espécie não tão rara mas digna de nota para os biólogos mais empenhados, diga-se, avistámos meia dúzia de especialistas em literatura africana. Mas o que é isso da Literatura africana? De que nos serve tentar empacotar a literatura de um continente a propósito de um prémio literário? Imagens para consumo, ou então, para facilitar o percurso com o carrinho de compras. Todos sabemos como África permanece um continente vastíssimo e ainda desconhecido. Conhecemos apenas os seus desastres: as secas, as chuvas intensas, os ciclones, a fome severa… Das guerras pouco ou nada se ouve comparativamente às da Europa, equações cheias de incógnitas às quais se juntam ainda dois vendedores de banha da cobra, com os africanos sempre na boca, perdidos entre “ismos” e “ades”, incapazes de gerar qualquer mistério ou soluço, arrepio ou alteração na vida de quem os lê. Pois é, a verdade é que ouvimos falar mais de Mia Couto do que de Moçambique, de José Eduardo Agualusa do que de Angola. Continuam-se a usar os cupões de serviço destes dois escritores cuja literatura não ameaça nem faz justiça para não se falar de África. Com o tempo, tornaram-se dois capatazes dissimulados de uma literatura africana, coxa e simplificada, para ser explicada às criancinhas.

            Talvez tenha chegado o momento de nos atravessarmos. E foi assim que por estes dias nos atirámos à leitura de “Compêndio para Desenterrar Nuvens”, livro publicado em Outubro de 2023 pela editora Caminho e recentemente vencedor do Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca. É neste passo significativo que tanto o Observador como o Jornal Notícias, o Público, o Correio da Manhã, a RTP, a Forbes Portugal, entre outros, tenham reproduzido ipsis verbis a notícia cedida pela Agência Lusa, bajulando o livro de Mia Couto, não tendo havido ainda um nome que efectivamente vertesse uma leitura crítica a partir do livro. Perdão, esquecemo-nos de Guilherme d’Oliveira Martins, administrador-executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, que não hesitou em passar a limpo o que o reverendo moçambicano disse nas páginas do Diário de Notícias, aproveitando para promover o seu próximo romance. Que generoso meu senhor, e que zelo!

            Quando atentamos ao punhado de chavões, clichês e lugares comuns de onde parte cada ideia, observando como Mia Couto as semeia em cada entrevista com o objetivo de tentar servir ao máximo número de pessoas, é o próprio quem promete de um modo pretensioso a sua descredibilização: ‹‹Eu continuo a ser um poeta que faz ali umas excursões, que usa a prosa para dizer de maneira a que essa prosa dê expressão, traduza isso que para mim não é apenas poesia enquanto um género literário, mas a poesia enquanto uma maneira de olhar o mundo, de sentir o mundo. Talvez eu esteja condenado porque sou filho de um poeta e na minha casa a poesia vivia, quer dizer, no fundo a minha casa foi a própria poesia.››. Ou ainda, empoleirando-se: ‹‹Tudo o que eu quero é visitar essas vozes que estão numa outra margem e dar visibilidade a essa gente que está apagada. No fundo foi o que eu fiz toda a minha vida e continuo a fazer.››.
            A pouco e pouco, entre viagens, entregas de prémios, entrevistas e visitas à Fundação Fernando Leite Couto – instituição que inaugurou a 16 de Abril de 2015 na zona nobre da cidade de Maputo, com a pretensão de honrar o pai dois anos depois de receber os cem mil euros do Prémio Camões – conta-nos como a sua escrita se lançou a todos os géneros: crónicas, poesia, contos, romances e literatura infantil, tornando-se, assim, numa espécie de salão de estética desmesurado que vende um pouco de tudo, ou tudo do pouco que vende. Facto curioso vindo do alto de um escritor cujo slogan afirma: ‹‹eu sou da poesia, essa é a minha casa, a minha nação. Vou de visita a outros géneros (…) mas nunca abandono o meu idioma pessoal que é a poesia››.

            Aquilo que provavelmente escapa ao leitor comum é que Mia Couto publica todos os seus livros através da própria Fundação, tendo como objectivo, com o lucro dos mesmos, financiar e apoiar ‹‹sobretudo aqueles que não tinham hipótese nenhuma de serem acarinhados na família, na escola, que não podiam publicar.››. Ora, o que autor de “Jesusalém” não nos diz é que muitos desses livros são vendidos em Moçambique a um sétimo do preço do mercado, através do financiamento do Sound Connects e do Goethe-Institut e graças à contribuição financeira da União Europeia e da Organização dos Estados ACP, garantindo o monopólio e uma posição isoladamente privilegiada no mercado, praticamente sem concorrência possível, garantindo e manipulando o sucesso das vendas em função das escassas possibilidades dos leitores e possíveis escritores. Se, por um lado, nos vem oferecido diariamente como uma espécie de herói da literatura africana, por outro, talvez nos bastasse o dia em que deixasse de escrever e de interferir na dinâmica da edição de livros, para que pudéssemos então começar a ouvir falar daquilo que nos oferecem grandes escritores como Maryse Condé, Aimé Césaire, Luís Bernardo Honwana ou Achille Mbembe.

            Lembramos ainda, antes de acometer o problema, como tem sido um ano algo chorudo e comovente, mas nem por isso surpreendente, tendo em conta o baralho a que estamos habituados e que sempre prospera nas atribuições de prémios e apoios culturais. Veio mesmo a calhar, diz-nos o autor premiado: ‹‹Quando se trata de dinheiro, sou péssimo. E sou péssimo, porque, felizmente, tenho algum privilégio, olhando para o mundo e para a maior parte das pessoas, para quem o dinheiro é uma preocupação do quotidiano. Não sendo rico, não tenho, nunca tive essa preocupação.››. Para além dos doze mil e quinhentos euros do Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca, Mia Couto recebeu ainda os cento e cinquenta mil dólares do Prémio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara de Literatura em Línguas Românicas pela carreira, que conta mais de quatro dezenas de livros, receita composta que possibilitaria a compra de aproximadamente dez mil exemplares da edição portuguesa do livro de contos premiado. Iniciemos, então, a nossa ciranda em direção ao alçapão.

            Logo na primeira página, Mia Couto inaugura o tom que ditará o elevado grau de  monotonia e previsibilidade dos restantes contos: ‹‹Em casa de pobre até o tempo escasseia. Sei por mim que comecei a envelhecer antes de ser criança. Mandaram-me calar ainda eu não falava. Mandaram-me varrer e eu tinha mãos apenas para brincar. Vantagem de uma vida que não começa: chega-se ao fim sem precisar de morrer.››. De um modo precário e algo insuficiente, tenta embelezar a história de um casamento arranjado entre uma rapariga que trabalhava numa família de indianos e um dos rapazes da casa, recorrendo a frases curtas, falsas metáforas, comparações e neologismos banais e imediatos, pouco trabalhados e indignos para quem se diz poeta há mais de 40 anos. Imediatamente se revelam na página como um primeiro instinto, uma ideia embrionária e precoce, frases como: ‹‹Sonhei tanto que as mãos se tingiam do branco pó do giz››, ou ‹‹Segredo era para mim uma palavra nova. Só há segredos se existem amigos.››, ou ‹‹Tinha um nome, faltava-me um destino.››, ou ainda, ‹‹Os meus passos foram-se tornando leves. Quem sabe daquela vez eu deixasse de ser chão.››. Se já não trazíamos connosco qualquer expectativa, este arranque frouxo e carente, sem inventividade, mestria ou outros sinais de virtuosismo, impede a vontade de prosseguir com a leitura. Todas as frases nos soam a algo vagamente conhecido, ecoam dentro de uma espécie de universo pop europeu, de frases que querem parecer poéticas e bonitas mas que não fazem mais do que encolher essa falsa miragem de um mundo ainda desconhecido.

            Ele que numa entrevista se dizia ‹‹muito empenhado naquilo que era a criação de uma inventividade linguistica, ao deixar que a oralidade de Moçambique entrasse dentro da página›› e ao mesmo tempo defendendo que ‹‹A pior coisa de um texto é querer ser bonito›› é o mesmo que num dos supostos contos nos escreve, contradizendo-se: ‹‹A gente usa as palavras como usa a roupa: para nos vestirmos. Mais do que isso, para ficarmos bonitos. O pai não pode saber disto, mas eu olho-me ao espelho e falo comigo, como se namorássemos os dois, eu e a minha imagem. (…) O meu pai escrevia, sobre os meus versos, um outro poema. A única vez que falámos foi assim sem nenhuma palavra.››. Mesmo quando arrisca incluir termos africanos, estes surgem como uma espécie de chocalhos postiços, acessórios, instrumentos típicos com os quais  assegura a sua vantagem nesse universo de curadoria literária. Suga-os até ao caroço, mas uma coisa é certa: ‹‹Aqueles que bebem até à última gota nunca vão meter água.››, aponta Césaire. Se nos predispusermos a um exercício básico que em tempos confirmava a motivação dos contos e ensaiarmos uma leitura em voz alta ou partilhada, um serão de família e amigos, ou uma última imagem cravada nas pálpebras temperando o sono, as frases parecem-nos patéticas.

            Ao avançarmos no livro torna-se ainda evidente a presença de uma fórmula. Os contos carecem de uma dinâmica ou estrutura própria independente. Todos se assemelham com a mesma perturbação na coluna, uma escoliose que, ao final do terceiro conto, nos permite antever o resto do livro. Dentro dos vinte e dois contos, as personagens variam entre a tal vítima de um casamento arranjado, meia dúzia de jovens em cenários de abandono, fome e guerra, duas viúvas vizinhas, emigrantes, vítimas de violência doméstica, entre outros personagens que ao virar da página se transformam numa receita previsível e estereotipada. Porém, em vez de nos comoverem, surgem com o mesmo cheiro e sabor, rombas e chatas, desprovidas de qualquer individualidade, densidade ou psicologia. Cada uma delas arranha a sua história evidenciando as mesmas manias estilísticas de um modo pouco detalhado, enfadonho e nada comprometido. Revela-se um escritor adormecido, ainda pouco versátil e inexperiente. O que é verdadeiramente curioso é que mesmo após 40 anos de escrita e um bolso cheio de prémios ainda não tenha passado das primícias, talvez por falta de um confronto crítico, iludindo-se no interior de uma escrita decorativa da ordem da macaqueação. As suas construções provêem de um lugar onde não germina o menor vestígio da técnica e da observação, aspecto inequívoco que começa no momento em que nos apercebemos que praticamente todos os contos do livro foram escritos na primeira pessoa, o que aponta para uma possível dificuldade real do autor em sair de si mesmo para se empolgar, admirar e falar sobre as coisas, um estranho complexo narcísico que atravessa a obra. Ei-lo. Varram-nos essas manias de educador, as ‹‹pancadinhas-nas-costas››, os moralismos e os trejeitos delicodoces. Não é por aí, ‹‹é com a cabeça enfiada na lixeira que as sociedades moribundas soltam o seu canto de cisne››, vinca Césaire.
            ‹‹A infância foi a minha pequena pátria››, ‹‹De repente, pareceu-me que a infância tinha fugido para sempre de ti. E a casa ficou mais escura.››, ‹‹Todas as noites sonho que os meus parentes regressaram e que enchem a luz dos meus dias e o silêncio das minhas noites.››, confessa-nos em diversos contos. Através das personagens, Mia Couto comprova a nossa intuição de que se encontra ainda preso a uma qualquer ficção no estado nascente, ‹‹uma veleidade de libertação, de uma tentativa de evasão que não é mais do que um regresso adiado›› (Marthe Robert) à infância. Talvez o “ser poeta” seja para ele ser criança e a literatura lhe nasça desse consolo colorido e dos desejos camuflados de se querer ver cumprido dentro dela.

            Está no seu direito, mas agora colhem-se os frutos desses íntimos enigmas de uma infância, como por exemplo a escolha exótica do nome Mia Couto em lugar de António Emílio Leite Couto. É notável a quantidade de vezes que surge o tema do nome ou a ausência dele como putativo desbloqueio da acção ou encontro entre personagens. Do primeiro conto, destacamos ‹‹Um dia os meus patrões mandaram-me mudar de nome. Deram ordem para que me chamasse Kadira.››. Do segundo, ‹‹O nome que me deste ficou fechado dentro de ti. Mas teremos tempo, amanhã, para que me digas ao ouvido, como se fosse um segredo só nosso. (…) E foi assim que de Joaquim os meus companheiros me rebatizaram de Djei Kim. (…) Tinha um nome, faltava-me um destino.››. Do terceiro, ‹‹Cada uma de nós evitava dirigir-se à outra pelo nome. Na verdade, naquele momento, dei conta de que nunca soube como ela se chamava. Para mim, era “a vizinha”.››. Do quinto, ‹‹Nessa época, o tempo não se numerava. Dávamos nomes aos anos consoante graças e desgraças.››. Do décimo, ‹‹Pela primeira vez perguntei pelo nome do meu irmão.››. Monótono ou não? Badalam os bocejos. Prosseguimos? A pedido de várias famílias. Poupemos o leitor de subir ao promontório.

            Noutra entrevista, Mia Couto aferia que agora a literatura africana já não precisava de agir segundo os estereótipos que em tempos garantiam o seu lugar nas estantes universais, destacando três imagens: a fogueirinha, a avó que conta histórias e os perfumes de África. Parece-nos que o autor, podendo e devendo ser sempre livre naquilo que escreve, nunca ultrapassou essa estranha fase dos souvenirs de aeroporto, uma vez que a descrição que nos apresenta corresponde rigorosamente com aquilo que ainda hoje nos dá a ler: ‹‹Entrámos na cozinha e reconheci de imediato tudo o que me era tão familiar: o mesmo estalar do fogo consumindo a lenha, as mesmas panelas de ferro escuro e as cinzas ainda quentes sob os pés molhados. Aquela era a cozinha que eu tinha varrido toda a minha vida. Sem nada me perguntar, a viúva aqueceu uma chávena de chá como se soubesse dos meus solitários gostos.››. E se, por outro lado, se prova à modernização, disparando termos como “online”, link, coffee break, “Zoom” e “TikTok” ou colocando em cima da mesa a recente polémica dos pronomes – ‹‹Corrigiram-no com firmeza. Ele que dissesse: todos, todas e todes. Vizinhos, vizinhas e vizinhes.›› -, foi tal o truque de ilusionismo que até ao revisor lhe escapou uma gralha no fundo da página 73, onde podemos ler ‹‹todos as crianças do mundo››.

            Outro ponto digno de entrar no caldeirão e introduzir por sua vez um efeito carminativo, passando por ser a nossa malagueta de eleição, trata-se de uma passagem dentro do conto “Sem Teto”, num momento em que vemos Mia Couto pegar na foice e concentrar os esforços para criticar o estado atual da política e do mercado, enterrando-se a si mesmo ao lado das batatas: ‹‹Maurício sente um fio de água infiltrando-se as paredes da sua alma. Na varanda, quem o cura é o sol. Deixa-se ficar de olhos fechados e escuta ao longe o ruído de uma manifestação. Devem ser os estudantes. Ou talvez sejam os sindicatos. O mais provável é ainda que seja a extrema-direita que, nestes tempos, é quem mais tomou conta das ruas. Saudades do meu tempo de juventude em que, de punho erguido ameaçava a burguesia com a chegada do poder proletário. Os proletários não chegaram ou, quando chegaram, ficaram iguais aos burgueses. Agora, de rosto aberto ao sol, Maurício pensa: o que está mal no mundo de hoje não é apenas a política. O que se passa com a política faz lembrar o estado do teto da sua casa. A política ficou embolorecida enquanto espera por reparação estrutural. Desloca-se apenas em cadeira de rodas. Quem a empurra pelo esburacado passeio público é o mercado. E o mercado é uma criatura enganadora: ao longe, ofusca-nos o seu artificioso fulgor; mais perto, todos percebem que sofre de cegueira. Quem lhe paga os falsos brilhantes são os dinheiros públicos. As finanças públicas estão como o Maurício: andam á procura de uma outra casa. De uma casa cujo pavimento não esteja a ser roído pelas térmites.››.

            É evidente que Mia Couto não o escreveu propositadamente e talvez nem tenha consciência do facto, mas todo ele é mercado, todo ele se esconde atrás do grande “Vendilhão do tempo”, para citarmos o título de outro dos contos. Dos vinte e dois contos, este foi talvez o único momento em que o vimos cumprir-se numa possível autocrítica, mesmo que bamba e sem pujança, já que na apresentação do livro a conversa era outra: ‹‹Essas pequenas histórias anónimas de quem sai todos os dias de casa às 4 da manhã e que às vezes volta à noite em condições que não imaginamos… A gente pensa que resolve isso com cursos de empreendendorismo ou qualquer coisa como se as pessoas não fossem empreendedoras na sua vida quotidiana.››. Bom, não sabemos se isto foi uma manobra de publicidade ou se simplesmente se entalou com um caroço neoliberal, mas para quê falar de empreendedorismo quando há tantas outras coisas urgentes para contar? Aproxima-se da política com ‹‹punhos de renda›› (Luiz Pacheco), quando todos sabemos que, para além dos apoios do estado e das quantias pornográficas de dinheiro dos prémios que o garantem como o autor moçambicano mais vendido e traduzido, os seus livros se encontram em todos os supermercados, quiçá nos postos de correio e nas bombas de gasolina. Vejam bem, até em promoções da Wook que oferecem uma toalha de praia na compra do romance “Terra sonâmbula”. Vejam, vejam, e, no caso daquele que ainda não foi publicado, sabêmo-lo, floresce de antemão à boca do sacerdote Agualusa, com quem já dividiu livros e entrevistas, e que não hesitou em afirmar ser o seu melhor livro de todos os tempos.

            Eis a valsa dos dissimulados, mas o escritor é que manda, ele lá tinha razão: ‹‹Os proletários não chegaram ou, quando chegaram, ficaram iguais aos burgueses. (…) Quem lhe paga os falsos brilhantes são os dinheiros públicos.››. E ainda tem tempo para lamber cheques, lucrando com as histórias em segunda mão dos africanos, até soltar o enorme cacarejo do povo.Assim se movem aos pares, às carrancholas das massas. De qualquer modo, por decreto divino, deve ser respeitado.
            Amén. Deus lhe pague.