Nelson DeMille. O prolífico autor de aventuras

1943-2024 . Escritor.

Dizia que não gostava de mistérios, por isso, tentava sempre resolvê-los. «Incomoda-me que existam coisas que eu não sei», explicava. Para si, o significado da vida não tinha a ver com o bem e o mal, o certo e o errado, o dever, a honra, o país «ou qualquer outra coisa assim». «Tem a ver com fazer o acordo certo», defendia. Além disso, acreditava que grande parte da nossa perceção da história é influenciada por filmes «imprecisos». O autor de best-sellers Nelson DeMille morreu na terça-feira, os 81 anos, após uma luta contra um cancro no esófago em estágio 4, anunciaram os seus filhos Lauren, Alexander e James. «Nelson enfrentou uma batalha valente de nove meses contra o cancro no esófago», disseram ao The Post. «Fiel à sua forma, enfrentou essa provação com coragem, graça e bom humor. Estamos de luto, mas também celebramos a sua vida maravilhosa e o seu legado duradouro como pai, amigo e contador de histórias», acrescentaram. De acordo com Alexander DeMille, que também é escritor e que colaborou com Nelson em algumas obras, o seu pai sempre foi alguém que unia as pessoas. Lauren, por sua vez,  lembrou ainda que o pai, além de grande contador de histórias, também era um bom ouvinte.

Nelson DeMille era conhecido pelos seus livros de suspense, crime e ação, incluindo Plum Island, The Charm School e The General’s Daughter, que foi transformado num filme em 1999 estrelado por John Travolta. O seu primeiro grande romance, intitulado  By the Rivers of Babylon , foi publicado em 1978.  Ao longo da sua carreira, escreveu 23 romances , 17 dos quais foram best-sellers. Escrevia-os à mão, com lápis, em blocos de notas.

Nascido em Nova Iorque, em 1943, antes de se tornar escritor, foi tenente de infantaria e combateu um ano no Vietname, sendo condecorado com a Medalha Aérea e a Estrela de Bronze.  «As pessoas perguntam-me como é que eu me tornei escritor», contava ao Garden City Life, em 2011. «Morar em Nova Iorque ajuda. O mesmo aconteceu com os pintores em Paris nos anos 20.  Tens de estar realmente onde as coisas acontecem (…) E ter sorte com as pessoas que conheces. Quando estava pronto para entregar um romance de capa dura, já conhecia pessoas suficientes», concluiu.