O campeonato nacional vai parar no próximo fim de semana para a realização da dupla jornada da Liga das Nações. Esta competição surgiu em 2019 – Portugal venceu a primeira edição – realiza-se a cada dois anos e veio substituir as partidas amigáveis internacionais que estavam a perder interesse.
Disputados os dois primeiros jogos, Portugal, Itália e Dinamarca são as únicas equipas só com vitórias na Liga A. Tratando-se de uma competição curta, estas seleções estão bem posicionadas para ficar num dos dois primeiros lugares e garantir a presença nos quartos de final da Liga das Nações, em março do próximo ano. Ser primeiro no grupo tem a vantagem de jogar a segunda mão em casa. Os vencedores dessa eliminatória apuram-se para a Fase Final, que se realizará de 4 a 8 de junho de 2025.
Portugal começou a fase de apuramento com vitórias apertadas sobre a Croácia e Escócia (2-1). Olhando para as estatísticas, é a seleção com maior eficácia de passe (91,5%), mas na posse de bola tem um registo idêntico ao da Moldávia (56%) e inferior ao do Luxemburgo (58,5%) e Macedónia do Norte (56,5%). Depois de dois jogos no Estádio da Luz, a equipa das Quinas vai defrontar a Polónia no dia 12 de outubro, em Varsóvia, jogando três dias depois frente à Escócia, em Glasgow, ambas as partidas com início marcado para as 19h45 (RTP 1). Uma feliz conjugação de resultados pode permitir a Portugal garantir já a qualificação, mas vai ter de jogar melhor e ser mais eficaz na concretização do que em Lisboa.
Os eleitos
Roberto Martínez convocou 26 jogadores para a dupla jornada, cujo estágio começa hoje na Cidade do Futebol, em Oeiras. Houve algumas surpresas, nomeadamente a entrada de Ricardo Velho, do Farense, eleito o melhor guarda-redes na época passada, e de Samuel Costa, médio do Maiorca. João Cancelo, Francisco Conceição, Vitinha e Otávio estão recuperados e a jogar com regularidade nos seus clubes e voltaram a ser opção para o selecionador. Em contrapartida, regista-se a saída do guarda-redes José Sá, neste momento é suplente do Wolverhampton, e a subida de Rui Silva (Betis) a suplente do intocável Diogo Costa (FC Porto). Geovany Quenda (Sporting) e Tiago Santos (Lille) fizeram parte da anterior convocatória, mas agora ficaram fora das escolhas de Roberto Martínez e vão reforçar a seleção de Sub 21. Pedro Gonçalves (Sporting) é outro ausente, mas por estar lesionado. Roberto Martínez fez questão de dizer que “agora temos mais jogadores para acompanhar. Gedson, Florentino, Bragança, Quaresma e Handel. Há um grupo de jogadores que estão à porta da seleção. Trazem um entusiasmo e energia diferentes, e isso é o que beneficia a competitividade no balneário da Seleção”.
Mais dificuldades
No lançamento desta dupla jornada, Roberto Martínez referiu que “a Liga das Nações é muito exigente. É a oportunidade de experimentar e ver jogadores novos para poder tentar ganhar a Liga das Nações. Acho que temos agora um grupo ainda maior para criar um grupo final a pensar no Mundial”. A Polónia perdeu na Croácia (0-1) e venceu na Escócia (3-2), nos dois jogos teve um total de 44% de posse de bola e 85,5% de eficácia no passe. O jogo com Portugal é determinante para o seu futuro nesta competição; a vitória relança os polacos, que ficam em vantagem sobre Portugal, a derrota ou o empate pode ser o fim da linha. “A Polónia é uma equipa com conceitos muito claros. Gosta de jogar com uma linha de cinco e tem uma estrutura equilibrada. Não é uma equipa defensiva, procura marcar golos e joga olhos nos olhos”, salientou o selecionador. A seleção polaca ocupa a 30.ª posição no ranking FIFA e as principais referências são o médio Piotr Zielinski (Inter Milão), o extremo Frankowski (Lens), o ponta de lança Krzysztof Piatek (Basaksehir) e o avançado Robert Lewandowski (Barcelona), que está a fazer uma excelente época. O histórico é favorável à equipa das Quinas; em 13 jogos, venceu seis, empatou quatro e perdeu três, marcou 18 golos e sofreu 13.
Três dias depois de defrontar a Polónia, a seleção nacional joga na Escócia, também aqui as contas são favoráveis; com 21 jogos, oito triunfos, três empates e quatro derrotas, 21 golos marcados e 14 sofridos. Os escoceses perderam com a Polónia (2-3) nos descontos, mas deram muita luta e recuperaram de uma desvantagem de dois golos. Em Portugal, chegaram a estar a ganhar, mas cederam nos minutos finais e perderam (1-2). Entre os convocados da seleção escocesa aparece o extremo Ryan Gauld, antigo jogador do Sporting que atua agora no Vancouver. Entre as escolhas de Clarke, destaque ainda para os médios Scott McTominay e Billy Gilmour (Nápoles) e para o lateral esquerdo Andrew Robertson (Liverpool). A seleção escocesa ocupa presentemente a 52.º lugar no ranking FIFA.
Até este momento, foram marcados 134 golos, com uma média de 2,5 golos/jogo. O ponta de lança da Eslovénia Benjamin Sesko é o melhor marcador da Liga das Nações com quatro golos, Cristiano Ronaldo tem dois.