A neuropediatra que acompanhou as gémeas luso-brasileiras confirmou esta sexta-feira que foi pressionada a marcar uma consulta para as crianças após indicação do antigo secretário de Estado da Saúde. Teresa Moreno afirmou que o pedido a “irritou um pouco”.
Na Assembleia da República, a médica disse ter recebido um telefonema da diretora de departamento, após instrução do diretor clínico do hospital e no seguimento de uma solicitação de Lacerda Sales, a dizer que “tinha de marcar” uma consulta para as gémeas por indicação do então secretário de Estado.
Teresa Moreno disse não ter contactado diretamente com o antigo governante, nem com “nenhum dos intervenientes”. No entanto, afirmou que essa solicitação vinda de um secretário de Estado a “irritou um pouco” e, por isso, referiu o tema nos relatórios da consulta.
A neuropediatra, citada pela agência Lusa, descreveu ainda o pedido como “atípico”, mas explicou que acabou por agendar uma consulta para as gémeas para o dia 5 de dezembro de 2020. Teresa Moreno garantiu também que “não houve distinção” no tratamento médico das gémeas.
O seu conhecimento da consulta marcada, e posteriormente desmarcada, no Hospital dos Lusíadas foi obtido através da comunicação social.