ONU: um mal necessário!

Não compreendo por que existe uma agência para todo o mundo e outra dedicada especialmente aos refugiados palestinianos

O que estamos a assistir no panorama internacional deixa-nos mais questões sobre os sistemas internacionais, do que certezas e respostas. Estive a ver o orçamento das Nações Unidas e, ao mesmo tempo, o contributo de Portugal e descobri que Portugal contribuiu, em 2021, com cerca de dez milhões. Também se fez a média que cada pessoa, a nível mundial, paga para este orçamento. Tal não chega a quarenta cêntimos.

Agora discutimos o Orçamento de Estado em Portugal. Os portugueses, porém, do Orçamento de Estado apenas sabem o que pagam de impostos e de taxas. Sabem que pagam o IRS, o IRC, a Segurança Social, as prestações sociais para as finanças, a Taxa Municipal de Resíduos, o Imposto Municipal de Imóveis (IMI) e o Imposto Único de Circulação (IUC). De resto, o que fazem com todo esse dinheiro, os portugueses não sabem.

Não sabemos o que se passa na ONU, nem as suas políticas, nem as suas opções. Não sabemos também o que se passa pela União Europeia. Ainda menos sabemos o que se passa nas contas do Estado português. Mas no final disto tudo, ficamos muito contentes, porque já não temos o Salazar – maldita palavra – e já vivemos em liberdade e numa democracia. Chamamos a isto uma democracia?

Sinceramente, tenho aproveitado estas guerras todas para me ir informando sobre o trabalho da ONU e, de dia para dia, fico mais espantado pela minha ignorância. Ora vejamos, se bem compreendi, em 1950 a ONU em Assembleia Geral criou a ACNUR (Agência das Nações Unidas para os Refugiados) e ao mesmo tempo foi aprovada a criação de uma outra agência, a UNRWA (Agência das Nações Unida de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente). 

Ora, se bem percebi, existem duas agências para os refugiados nas Nações Unidas. Uma agência para os refugiados palestinianos e outra agência para o resto do mundo. Talvez me falte muito de História, mas não me deverá faltar a capacidade de lógica e de raciocínio. Então, os palestinianos têm sete milhões de refugiados e têm uma Agência a eles dedicada, mas, no mundo, há neste momento 120 milhões de refugiados? 

Na Europa, por exemplo, a Alemanha acolhe três milhões de refugiados, em África, podemos observar o Sudão com quase nove milhões de refugiados e a Etiópia que recebe cerca de um milhão de refugiados de outros países… Lembram-se da Etiópia há quarenta anos com a fome que passou? Já viram a Etiópia a receber um milhão de refugiados?

Onde é que afinal eu quero ir? É simples, as Nações Unidas ficaram paradas no tempo. Não compreendo por que existe uma agência para todo o mundo e outra dedicada especialmente aos refugiados palestinianos. Também não compreendo como é que a ONU não tinha ideia que estava a contratar professores e funcionários do Hamas (e isto não é propaganda israelita). 

Israel entrou por Gaza adentro para minimizar os perigos para os habitantes do Estado de Israel (judeus, ateus e muçulmanos). Não deveria de ter sido a ONU a enviar uma missão para garantir a paz na região? 

Israel entrou pelo Líbano adentro para decapitar o Hezbollah. Não deveria ter sido a ONU a ajudar o Líbano a criar uma missão que garanta a segurança e a paz para Israel e também para o Líbano? 

Será que o trabalho que Israel está a fazer em Gaza e no Líbano não deveria ter sido prevenido pela ONU, educando as crianças de Gaza para o amor, ajudando os países à volta a garantirem a não radicalização de grupos terroristas nos seus territórios?