Os irmãos Lyle e Erik Menendez, hoje com 56 e 53 anos, estão presos há 34, mas tornaram-se o principal assunto das redes sociais depois do documentário lançado pela Netflix no passado dia 7.
Na década de 90 os irmãos norte-americanos foram condenados a prisão perpétua, depois de terem matado os pais, com tiros de caçadeira na sua casa, em Beverly Hills, na Califórnia. A vida luxuosa que os dois gozaram nos meses seguintes aos assassinatos (gastaram mais de 1 milhão de dólares em apenas meio ano) levaram-nos a ser acusados de homicídio premeditado, movidos por motivos financeiros – o pai, Jose Menendez, era um conhecido empresário no mundo de Hollywood.
Os depoimentos dos jovens irmãos, em que revelaram terem sido vítimas de abusos sexuais por parte do pai (e com a conivência da mãe) durante vários anos, e alegaram que agiram em legítima defesa, não serviram para aligeirar a pena. Na altura, a transmissão televisiva do julgamento tornou o caso num
dos mais mediáticos.
Os holofotes só mudariam de direção com a detenção de O.J. Simpson, em 1994, e o célebre julgamento do Século.
Mais de três décadas depois de a televisão ter colocado o apelido Menendez nas bocas do mundo, foi a vez de as redes sociais “reabrirem” o caso. Os dois homens são a nova tendência do TikTok, onde todos os dias surgem petições e vídeos a pedir a libertação dos irmãos – com a particularidade de a maioria destes novos advogados de defesa não ter sequer nascido no ano do crime.
O movimento ganhou força com a posição assumida por Kim Kardashian, que pediu a liberdade dos Menendez, defendendo que «naquela época, havia recursos limitados para vítimas de abuso sexual, particularmente para rapazes». A empresária e influencer acredita que hoje a perspectiva do júri seria diferente.
O impacto tem sido de tal ordem que o caso está já a ser reavaliado, com uma audiência agendada para dia 29 de novembro.
Depois de terem sido apelidados de “Monstros” –- numa série anterior sobre o caso publicada na mesma plataforma de streaming – os irmãos renovam a esperança num novo julgamento. E contam com o apoio da família e de milhares de seguidores no mundo digital, inexistente à época da sentença dos Menendez.