Líderes do PSD e do PS sejam estadistas e não taticistas!

Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos tenham sentido de Estado e aprovem o Orçamento de Estado

Já me pronunciei várias vezes na necessidade de haver um acordo de regime entre PPD/PSD e PS. Ao longo destes cinquenta anos de democracia, foi frequente esses entendimentos. Os seus fundadores Francisco Sá Carneiro e Mário Soares sempre tiveram como prioridade o princípio da democracia plena.

Logo após a revolução em 1974, Francisco Sá Carneiro e Mário Soares fizeram parte do mesmo Governo chefiado por Adelino Palma Carlos, um ministro-adjunto, o outro ministro dos Negócio Estrangeiros, outros acordos entre estes dois partidos foram a base da democracia e o afastamento do arco da governação de partidos totalitários de extrema-esquerda ou extrema-direita. 

Esses entendimentos foram-se prolongando no tempo com vários líderes dos dois partidos a deixar passar o primeiro Orçamento da legislatura, aconteceu com Sá Carneiro e Mário Soares, Mota Pinto e Mário Soares, Cavaco Silva e Almeida Santos, António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa, José Sócrates e Manuela Ferreira Leite e José Sócrates e Passos Coelho.

A aproximação em acordos de incidência parlamentar ou de governação é tão natural, que em 2015 após o ato eleitoral o primeiro-ministro Passos Coelho PSD, convidou para vice-primeiro-ministro do seu Governo o líder do PS António Costa. Todos nós sabemos o que veio a seguir. António Costa perdeu essas eleições, mas resolveu não aceitar esse convite e formou Governo com o apoio de toda a esquerda e extrema-esquerda que fez maioria no parlamento, rompendo um princípio o maior partido da oposição, reprovar pela primeira vez em mais de 40 anos o primeiro Orçamento. 

Naturalmente estes dois partidos democráticos pelo seu historial, entendem-se quando um português se candidata a um cargo Internacional. Aconteceu com Durão Barroso quando se candidatou a presidente da Comissão Europeia, o PS apoiou-o, o mesmo com António Guterres para Secretário-Geral da ONU que o PSD apoiou e mais recentemente António Costa, recebeu o apoio do Governo e do PSD na sua candidatura a Presidente do Conselho Europeu. Tantos outros lugares que só foi possível a sua concretização com a disponibilidade destes dois partidos.

Existe hoje uma incerteza em relação ao Orçamento de Estado para 2025, pelo seu historial, nem sequer devia ser assunto para o maior partido da oposição PS que naturalmente deve abster-se. É verdade que o Governo é minoritário e com uma percentagem mínima entre PSD e PS na Assembleia da República, mas qual é o problema? O PSD e o seu líder Luís Montenegro estão e querem continuar no Governo, o PS e o seu líder Pedro Nuno Santos não querem ser Governo e nem querem eleições antecipadas. Afinal o que pretendem os dois? Serem estadistas ou taticistas? O taticismo e calculismo não resolvem os problemas do país.

Como diziam os dois símbolos e fundadores da democracia, Sá Carneiro: «A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha», Mário Soares: «Só é vencido quem desiste».

Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, sigam o exemplo destes dois príncipes do Portugal democrático, tenham sentido de Estado, os dois devem aprovar o Orçamento e não devem dar palco ou qualquer diálogo com um louco, intriguista e mal preparado que consegue acreditar nas suas mentiras, não tendo o mínimo de utilidade, é inexistente.