Temido and Mendes flying circus

O corolário da luta contra o domínio comunista durante o PREC é o apoio ao regime de Maduro

O Parlamento Europeu reconheceu González Urrutia como presidente da Venezuela. O que significa que também considera que Maduro continua no poder através de uma fraude eleitoral. O reconhecimento de Urrutia foi aprovado com 309 votos a favor, 201 contra e 12 abstenções. Entre os deputados que não reconhecem a vitória de Urrutia e consideram que Maduro venceu sem batota contam-se as portuguesas Marta Temido e Ana Catarina Mendes. Destes votos pode inferir-se que as socialistas consideram que a Venezuela é um país livre e democrático onde não passa pela cabeça de ninguém roubar as eleições e burlar a vontade popular.

Certa vez, Maduro disse que Chávez lhe apareceu como passarinho. Se calhar, às deputadas socialistas apareceu-lhes também um passarinho e garantiu-lhes que a Venezuela continua a ser a Suíça latino-americana. No entanto, as organizações dos direitos humanos, os jornalistas independentes e o próprio Partido Comunista Venezuelano têm uma opinião diferente. A Venezuela é uma ditadura onde não existe liberdade de expressão e onde há presos políticos. Como tal, as eleições foram uma farsa destinada a manter o ditador Maduro no poder.

Isto parece confirmar a opinião de vários analistas que afirmam que o PS foi tomado pela extrema-esquerda e que já pouco se distingue do BE. Porém, escapou aos analistas a possibilidade de Marta Temido e Ana Catarina Mendes serem fãs dos Monty Python e estarem a recriar o famoso sketch Confuse a Cat – onde um veterinário prescreve confundir um gato como forma de o curar de uma apatia severa. 

A diferença é que agora o gato pode ser o PS, ou Portugal ou mesmo a própria União Europeia. Como se sabe, tanto o PS como Portugal como a Europa encontram-se há anos num estado de catatonia, ou pasmaceira, sem saberem para onde ir ou o que fazer. Assim sendo, não fazem nada ou fazem alguma coisa para que tudo fique na mesma. Fazer reformas é perigoso, impopular e politicamente incorreto. Logo, o gato não se mexe.

Mas Marta Temido e Ana Catarina Mendes querem que ele se mexa, salte e arranhe, e por isso decidiram confundir-nos. E se lá estivesse Alexandra Leitão, a confusão seria ainda maior do que se aparecesse a Inquisição Espanhola.

Se no passado o PS combateu ditaduras, agora confunde gatos. O corolário da luta contra o domínio comunista durante o PREC é o apoio ao regime de Maduro. Poderá seguir-se o apoio a Cuba e à Coreia do Norte, a reabilitação de Estaline e Pol Pot, ou até um voto a favor da destruição de Israel. Felizmente temos os Monty Python para nos explicar estas coisas.