Ministro da Defesa de Israel destaca necessidade de “cedências dolorosas” para libertar reféns

Este novo ciclo de negociações ocorre após a 11.ª visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao Oriente Médio desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro de 2023.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou hoje que “cedências dolorosas” serão necessárias para trazer de volta os reféns que permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza, após mais de um ano de conflito com o Hamas. Durante uma cerimónia que marcou o primeiro aniversário hebraico do ataque do Hamas ao sul de Israel, Gallant declarou: “Todos os objetivos não podem ser alcançados apenas através de operações militares […], para cumprir o nosso dever moral de trazer os nossos reféns para casa, teremos de fazer cedências dolorosas”.

Enquanto isso, David Barnea, chefe da Mossad, viajou ao Qatar para participar nas novas negociações sobre a troca de reféns por prisioneiros palestinianos que estão detidos em Israel, bem como para discutir a possibilidade de um cessar-fogo. Segundo fontes, Barnea encontrar-se-á em Doha com os diretores de inteligência dos EUA, William Burns, e do Egito, Hasan Rashad, além do primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abderrahman.

Embora o Hamas não esteja diretamente envolvido nas conversações, o grupo tem um gabinete político em Doha e comunica com o Qatar e o Egito, que atuam como mediadores com os EUA. As discussões para um cessar-fogo em Gaza estão suspensas há quase três meses devido à escalada do conflito, que se espalhou para o Líbano, além da morte de líderes do Hamas, como Yahya Sinwar e Ismail Haniyeh.

Este novo ciclo de negociações ocorre após a 11.ª visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao Oriente Médio desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro de 2023. Blinken incentivou a utilização do momento atual, após a morte de Sinwar, para avançar nas negociações. Fontes indicaram que Israel apresentou uma nova proposta de tréguas aos mediadores, dividida em três fases, que abrange a troca de reféns, a retirada das forças israelitas de Gaza e a reconstrução do território, desde que seja supervisionada pela Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) e não pelo Hamas.