Carta aberta de 300 pais devido a problemas das escolas

“Há escolas onde se estuda mais do que noutras”, alerta o grupo de pais na carta

Uma semana sem aulas é o resultado das greves desde o início do ano letivo. A situação levou a que quase 300 encarregados de educação apelassem às autoridades para que resolvam os problemas sentidos pelos funcionários escolares.

Pais e encarregados de educação do Agrupamento de Escolas Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, escreveram uma carta aberta ao Ministério da Educação e à Câmara Municipal de Lisboa com um alerta para “as aulas perdidas” em resultado de seis greves marcadas desde o início do ano letivo. 

A missiva salienta ainda a grave situação de falta de pessoal não-docente nas escolas.

Na sexta-feira, as escolas poderão voltar a encerrar, porque está marcada uma nova greve, agora convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP). A reivindicação é a melhoria das condições de trabalho para os trabalhadores não docentes.

As greves podem não ter encerrado todas as escolas todos os dias de paralisação, mas afetaram milhares de crianças e jovens desde o Jardim-de-Infância ao ensino secundário. Cada nível de ensino representa uma preocupação para os pais.

No caso dos mais novos há, muitas vezes, o problema acrescido de não ter onde deixar as crianças. No caso dos alunos mais velhos coloca-se o facto de ficarem mais atrasados nas matérias.

“Os alunos perderam já uma semana de aulas, em comparação com outros estudantes de outras escolas da mesma freguesia, com os quais irão concorrer em pé de igualdade pelo acesso ao Ensino Superior, daqui a mais ou menos seis meses”, alerta a carta aberta.

Os pais reconhecem que a maior injustiça é a que vivem as escolas, os docentes e todos os trabalhadores, que “têm de recorrer à greve para alertar para os vários problemas que enfrentam”, lê-se na carta, citada pela agência Lusa. 

A missiva foi enviada ao ministro da Educação, Fernando Alexandre, a quem cabe definir ordenados e carreiras, mas também ao presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, que é o responsável pela contratação de pessoal daquele agrupamento.

Os pais pedem um reforço das equipas e questionam as autoridades sobre as medidas que estão a ser tomadas para resolver a falta de pessoal não-docente, quais as garantias de que serão tomadas medidas para evitar novas paragens letivas e de que forma vão valorizar estes profissionais e melhorar as suas condições de trabalho.

“Há escolas onde se estuda mais do que noutras”, alerta o grupo de pais na carta.