No dia 997 da invasão russa à Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o conflito pode terminar mais rapidamente com Donald Trump na Casa Branca, após a tomada de posse do presidente eleito dos EUA no próximo ano.
Em entrevista a uma estação de rádio, Zelensky admitiu que a situação no leste da Ucrânia continua difícil, com avanços significativos das tropas russas. Contudo, sublinhou que Vladimir Putin, presidente russo, não demonstra interesse em negociar um acordo de paz. “Precisamos de fazer tudo para que esta guerra termine no próximo ano, de preferência por via diplomática”, declarou Zelensky.
O líder ucraniano revelou que a legislação americana impede uma reunião formal com Trump antes da tomada de posse em janeiro de 2025, mas destacou que qualquer conversa relevante deve ser feita diretamente com o presidente eleito e não com assessores.
Nesse sentido, Zelensky comentou positivamente sobre a recente conversa telefónica que teve com Trump após a sua eleição. “Foi um diálogo construtivo e não ouvi nada que contrariasse a nossa posição”, afirmou. Trump, por sua vez, disse durante um evento em Mar-a-Lago, na Flórida: “Vamos trabalhar arduamente para resolver a questão entre a Rússia e a Ucrânia. Tem de acabar”.
Entretanto, o presidente ucraniano criticou o telefonema do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Putin, que considerou uma medida que enfraquece os esforços de isolamento do líder russo. “Abre uma ‘Caixa de Pandora’, permitindo mais conversas que Putin tanto deseja”, declarou Zelensky, apontando para o risco de novas negociações informais.
Em defesa do contacto, Scholz afirmou que a Alemanha não aceitará uma “paz imposta” e instou Putin a retirar tropas da Ucrânia e iniciar negociações diretas com Kiev para alcançar uma “paz justa e duradoura”.
Para além destes desenvolvimentos, os órgãos de informação internacionais avançaram com outras novidades. Por exemplo, sabe-se que a Rússia interceptou múltiplos drones ucranianos em diversas regiões, incluindo Kursk, Bryansk e Lipetsk. O governador da região de Belgorod relatou danos materiais, mas sem vítimas.
A Rússia anunciou a suspensão das entregas de gás à Áustria via território ucraniano a partir de hoje. Kiev já havia indicado que não renovará o contrato de trânsito com a Gazprom, como parte de uma estratégia para reduzir as receitas russas usadas na guerra. A Áustria afirmou estar preparada, enquanto o governo ucraniano classificou o movimento como mais um exemplo do uso de energia como arma.
Por fim, sabe-se que a Sovcomflot, maior operadora de petroleiros da Rússia, relatou uma queda de 22% nas receitas nos primeiros nove meses de 2024, resultado das sanções ocidentais destinadas a restringir os lucros da Rússia com a exportação de petróleo.
