O novo diretor-geral das prisões disse esta terça-feira que “vai ter início agora” o processo de instalação de inibidores de sinal de comunicações nos estabelecimentos prisionais. No entanto, Orlando Carvalho admitiu que o processo “não vai ser fácil”, por questões técnicas e orçamentais.
“Não, não vai ser fácil [de aplicar os inibidores de sinal], porque as estruturas são diferentes, o processo vai-se iniciar agora, dependerá obviamente das condições técnicas, das disponibilidades orçamentais, mas o que é um facto é que o processo vai ter início agora”, disse o novo diretor do sistema prisional.
Orlando Carvalho tomou posse esta quarta-feira numa cerimónia no Ministério da Justiça, assim como o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, reconduzido no cargo para um terceiro mandato.
Sobre o recurso aos inibidores de sinal de comunicações, Luís Neves afirmou que “todos os meios que possam estar ao alcance para que traga mais segurança às diferentes valências do Estado nesta área da segurança interna serão bem-vindos”.
Sobre prioridades de intervenção, Orlando Carvalho apontou a “organização interna” e a avaliação em termos de recursos, humanos e materiais, as “disponibilidades da tutela” para a sua alocação ao que a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) considera prioritário.
“Nós não podemos pensar o sistema em função do investimento imediato financeiro que vá resolver todos os problemas que o sistema tem. Obviamente, vamos priorizar, definir intervenções e em função disso vamos começar a atuar no terreno”, disse, citado pela agência Lusa.
Orlando Carvalho admitiu que há estabelecimentos prisionais prioritários, tendo em conta “as necessidades de segurança diferentes em função da população prisional que albergam”.
O novo diretor-geral afirmou que “a prioridade é sempre a reinserção social” na dicotomia entre segurança e reinserção, mas defendeu que uma e outra são interdependentes: “Se não tivermos segurança e ambientes tranquilos e saudáveis nos estabelecimentos prisionais não temos reinserção social”.