O primeiro-ministro reiterou, esta terça-feira, que o aumento da criminalidade participada da violência doméstica se deve ao trabalho desenvolvido para a sensibilização da importância de denunciar e não ao aumento do crime.
“Eu disse ontem [segunda-feira] e vou aqui repetir hoje: pelo trabalho que o legislador fez ao fazer desse crime um crime público, pelo trabalho que muitas organizações fazem de apoio às vítimas, e pelo trabalho das forças de investigação, seja a PJ, seja a GNR, seja a PSP, o trabalho que foi feito nos últimos anos fez com que a criminalidade participada neste caso concreto tivesse aumentado”, afirmou chefe de Governo.
“Se há quem pense que dizer isto é olhar com ligeireza para esta tipologia criminal, eu diria que ligeiro é aquele que não vê a realidade que tem diante dos seus olhos. Ligeiro é aquele que não olha para essa realidade e não lhe dá a resposta que tem de ser dada”, acrescentou.
Luís Montenegro respondia assim às acusações de Pedro Nuno Santos, embora não tenha referido o nome do líder do PS, que acusou o primeiro-ministro de “enorme falta de sensibilidade, empatia e respeito pelas vítimas”, pedindo “menos ligeireza e mais respeito pelos factos”.
As críticas de Pedro Nuno Santos surgiram na sequência das declarações do primeiro-ministro, numa conferência sobre combate à violência contra mulheres e violência doméstica, que se mostrou convicto de que o aumento dos casos de violência doméstica se deve ao facto de haver mais denúncias e não a um “aumento real”.