Pelo menos 130 pessoas mortas nas manifestações em Moçambique

Com dados até 15 de dezembro, há registo de 3.636 detidos, cinco pessoas desaparecidas e mais de 2.000 feridos

Pelo menos 130 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro. O balanço foi feito este domingo pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, que aponta ainda 385 pessoas baleadas.

De acordo com o balanço daquela Organização Não-Governamental, com dados até 15 de dezembro, há registo de 3.636 detidos, cinco pessoas desaparecidas e mais de 2.000 feridos nas manifestações de contestação aos resultados anunciados das eleições gerais de 9 de outubro.

As manifestações foram convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e o Conselho Constitucional tem até 23 de dezembro para validar os resultados. 

Nos últimos dias, o caso mais mediático foi o do jovem baleado enquanto fazia imagens, em direto, de operações da polícia contra manifestantes na fronteira de Ressano Garcia, província de Maputo. O jovem perdeu a vida no hospital, na noite de quinta-feira.

As imagens em direto do jovem que filmava operações da polícia contra manifestantes geraram a revolta popular nas horas seguintes, com os manifestantes a atearem fogo a infraestruturas. No sábado, durante o funeral do jovem, foram registados novos confrontos com a polícia.