O presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque voltou a garantir que “não tem lógica” convocar um congresso extraordinário com vista à realização de eleições internas, lembrando que os estatutos do PSD/Madeira estabelecem a realização de eleições de dois em dois anos, sendo que “qualquer exceção tem de ser decidida pelo Conselho Regional”. E afirma que “o timing não é compatível” com as eleições para o executivo insular.
“A minha obrigação enquanto presidente do governo é pôr os interesses da Madeira e os interesses do partido acima dos meus sentimentos e eu já estou habituado, há muitos anos, a levar facadas nas costas”, salientou.
Em causa está a recolha de assinaturas por parte de Manuel António Correia, que quer novamente disputar a liderança regional do partido que terão de ser remetidas para o Conselho de Jurisdição e depois “o próprio Conselho Regional é que pode deliberar se existe justificação para haver um congresso eletivo”. Um movimento que levou Miguel Albuquerque a dizer que partido precisa é de se unir e de se mobilizar para as eleições que se avizinham”. E acrescentou: “É também importante deixar muito claro que qualquer situação de divergência dentro do partido ou de regras fratricidas para satisfazer os egos vem prejudicar o PSD e vem valorizar a oposição”, insistiu.
Questionado se os conselheiros regionais vão chumbar a reivindicação de eleições internas, o dirigente disse não ter “a certeza de nada”, mas salientou que as “pessoas com bom senso dentro do PSD” acham “completamente suicidário fazer eleições internas agora”.
Recorde-se que, em março, Miguel Albuquerque, presidente venceu as eleições internas do PSD/Madeira, derrotando Manuel António Correia por 2.246 votos contra 1.854, num universo de 4.388 votantes inscritos. Na terça-feira, a Assembleia Legislativa aprovou uma moção de censura do Chega contra o Governo Regional minoritário do PSD, com os votos a favor de toda a oposição. Só o PSD e o CDS-PP, que têm um acordo parlamentar e um total de 21 deputados (insuficientes para a maioria absoluta que requer 24), votaram contra.
Na sequência da aprovação da moção de censura, que implica a queda do executivo, o representante da República, Ireneu Barreto, ouviu na quinta-feira todos os partidos com assento parlamentar: PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN.