E se há autarcas que não podem candidatar-se mais às suas autarquias e fazem uma pausa política, outros tentam a sua sorte noutras câmaras. Um dos casos mais conhecidos é a ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que foi eleita pela CDU em três mandatos consecutivos, nas eleições autárquicas de 2009, 2013 e 2017. Em 2021, não podendo recandidatar-se a Setúbal, Maria das Dores Meira decide candidatar-se à Câmara Municipal de Almada – também pela CDU – mas foi derrotada pela socialista Inês de Medeiros.
Ainda que tenha conseguido ser eleita vereadora, Maria das Dores Meira abdicou do cargo este ano e anunciou que vai concorrer de novo à Câmara de Setúbal em 2025, mas desta vez como independente.
Outro caso conhecido é o de José Ribau Esteves. O autarca do PSD assumiu pela primeira vez a liderança da Câmara Municipal de Ílhavo em 1998, onde esteve 15 anos, até 2013. A partir daí ganhou a autarquia de Aveiro (ver página 9).
Os casos sucedem-se. Francisco Tavares foi presidente da Câmara de Valpaços durante quase três décadas, de 1985 a 2013. Não podendo candidatar-se mais pelo seu município, ficou por lá como presidente da Assembleia Municipal. Mais tarde, tentou outro município e, em 2021, apresentou a sua candidatura pelo PSD à Câmara de Chaves. Não conseguiu vencer e é vereador.
Troca de cadeiras
Não querendo mudar de município, há outra forma – completamente legal e democrática – de continuar no poder. Desde 2005 e até 2017, Alexandre Vaz foi o presidente da Câmara Municipal de Sátão, tendo como seu vice-presidente Paulo Santos. Em 2017, atingindo a limitação de mandatos, quem se candidatou à liderança da Câmara de Sátão foi o vice Paulo Santos, que foi eleito pelos munícipes. Trocam de papéis e Alexandre Vaz, até então presidente da autarquia, assume o papel de vice-presidente. Em 2021, Alexandre Vaz pôde candidatar-se novamente e está outra vez na liderança do município.
