A controvérsia que se gerou em torno da sua trasladação para o Panteão de Santa Engrácia fez correr muita tinta e meteu pelo meio até uma intriga familiar.
«Como é que é possível não perceberem que o Eça era exatamente contra este tipo de coisas?!», disse António Eça de Queiroz, bisneto do escritor, à Renascença. «Parece que não o leram! Não leram o que diz dos políticos? Ou o que disse do ‘panteonismo’ francês?». Mas o facto é que o Supremo Tribunal Administrativo rejeitou a providência cautelar colocada por seis bisnetos e, contra a vontade destes (13 eram a favor e três abstiveram-se), o genial autor teve mesmo honras de Panteão.
A cerimónia oficial realizou-se na quarta-feira, com direito à presença do Presidente e de vários dignitários. Não é a primeira vez que os restos mortais de Eça mudam de lugar.
O escritor morreu em Paris, na tarde de 16 de agosto de 1900. O corpo veio de barco para Portugal, sendo primeiro sepultado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, donde viajou depois (1989) para um jazigo da família, no cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião.