A presidente do Conselho Constitucional investiu esta quarta-feira Daniel Chapo como quinto Presidente da República de Moçambique. A cerimónia decorreu em Maputo sob fortes medidas de segurança.
Chapo leu o termo de posse e prestou juramento às 11h12 locais (menos duas horas em Lisboa), perante os aplausos dos convidados. A presidente do Constitucional, Lúcia Ribeiro, recebeu os símbolos do poder pelo Presidente cessante, Filipe Nyusi, e poucos minutos depois fez a investidura de Daniel Chapo como novo Presidente da República de Moçambique.
A cerimónia na Praça da Independência, no centro de Maputo, aconteceu sob fortes medidas devido ao anúncio de manifestações e protestos, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições de 9 de outubro de 2024.
Os protestos dos apoiantes de Mondlane já provocaram 300 mortos e mais de 600 feridos a tiro, segundo organizações no terreno.
Atual secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Daniel Chapo era governador da província de Inhambane quando, em maio de 2024, foi escolhido pelo Comité Central para ser candidato do partido no poder à sucessão de Filipe Nyusi, que cumpriu dois mandatos como Presidente da República.
A 23 de dezembro do ano passado, Daniel Chapo, 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos. As eleições gerais de 9 de outubro incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frelimo também venceu.
Os Presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, são os únicos chefes de Estado presentes na cerimónia de hoje, com 2.500 convidados. Além de dois estadistas, estão presentes três vice-Presidentes, nomeadamente da Tanzânia, Maláui e Quénia, bem como os primeiros-ministros de Essuatíni e do Ruanda e oito ministros, incluindo o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel.
A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane – candidato que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos mas que reclama vitória – em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.